Cenário econômico exige cortes, crava Paulo Câmara
Para o governador de Pernambuco, 2016 será realmente um "ano de desafios" e a esperança de resolvê-los está na abertura de diálogo da presidente Dilma e na liberação das operações de crédito
Os mais de R$ 900 milhões de cortes na máquina estadual devem impactar ainda mais os serviços públicos. A contenção vai atingir todas as secretarias estaduais e segundo o governador Paulo Câmara (PSB) a medida é necessária para “não desequilibrar” ainda mais as finanças. O Governo do Estado já cumpriu mais de R$ 300 milhões em cortes, uma nova leva deve ser efetuada até a primeira quinzena de setembro.
“Todos os secretários estão com os deveres de casa para fazer. Queremos preservar ao máximo os serviços ofertados à população, mas precisamos cortar porque o cenário econômico assim exige”, cravou ao participar da entrega do título de posse aos moradores da Ilha do Joaneiro, na noite dessa segunda-feira (25). “É um ano de muita restrição, onde as receitas caíram muito, o desemprego caiu demais e as despesas vieram com muita força. Então temos que nos preparar para esse novo tempo. Não podemos deixar o estado se desequilibrar”, acrescentou.
Corroborando as projeções da presidente Dilma Rousseff (PT) de que 2016 será um ano difícil, o governador afirmou que os desafios econômicos e políticos para o próximo ano serão maiores do que os enfrentados neste. Segundo ele, o que pode dar uma esperança para a resolução dos problemas é a abertura da presidente para o diálogo e a liberação das operações de crédito internacionais sinalizada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
“Pernambuco tem uma solicitação [de operação de crédito] já feita, estamos aguardando a análise e o retorno para a gente poder discutir. Não queremos operações de crédito para 2015, a gente não conta com esse dinheiro mais. Queremos ter a oportunidade de nos programarmos com maior previsibilidade para 2016, pois os desafios de 2016 vão ser tão grandes quanto os de 2015”, analisou.
Sobre a perspectiva da presidente, Câmara pontuou aos jornalistas que torce para que ele reverta o atual quadro. “As análises econômicas mostram isso [dificuldades] em virtude da crise econômica e da crise política. Torcemos para que a presidente possa resolver com muito dialogo, muita transparência, chamando as partes para conversar essa questão política. A questão econômica só será resolvida quando também tiver uma sinalização da questão política”, observou o governador.