Kassab: Articulação política é de Pepe Vargas e líderes
Em entrevista no Palácio do Planalto, após reunião com a presidente Dilma Rousseff, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, disse que a coordenação política do governo é uma "atribuição coletiva e não individual" do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, bombardeado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por parlamentares, inclusive petistas, de que deveria sair da coordenação política e da interlocução com o Congresso. Kassab, falando em nome da presidente e dos ministros que participaram da reunião, tentou minimizar a suposta exclusão de Mercadante desse papel.
"Ficou claro, desde o início do segundo mandato da presidente Dilma, que esta atribuição (coordenação política e interlocução com o Congresso) não seria do ministro Mercadante. Essa atribuição é do ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais), apoiado pelo conselho político, com a base do governo", tentou explicar Kassab, insistindo que essa é uma atribuição de todos os ministros políticos.
Até então, em muitas dessas ocasiões, cabia a Mercadante o papel de porta-voz do governo e todas as discussões políticas eram feitas com um núcleo político reduzido, integrado apenas por petistas. Só que, depois da guerra travada com o Congresso e a vitória de Eduardo Cunha na presidência da Câmara, desafeto de Dilma, a crise se agravou, e a presidente se viu obrigada a ampliar este núcleo de consultas, chamado de coordenação política institucional, que incluiu o vice-presidente da República, Michel Temer, do PMDB, e os ministros políticos.
"O que existe é uma trabalho coletivo e o ministro Mercadante participa deste trabalho. Ele integra o conselho político. Ele é um dos principais ministros deste governo e continua com suas atribuições, compartilhada com todos, como sempre foi", prosseguiu Kassab. O ministro das Cidades informou ainda que, "a cada fase, de qualquer governo, você tem aquele que se envolve mais ou menos em determinada atividade".
Em seguida, citou que, no caso do pacote de medidas econômicas encaminhado ao Congresso, do ponto de vista técnico, os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, têm ido constantemente conversar com os congressistas e que esse trabalho "está sendo muito bem feito", "com muito sucesso".
"A equipe econômica vai continuar com o trabalho de comunicação com o Congresso. O conselho político entende que este trabalho foi muito bem-sucedido com a abordagem feita pela equipe econômica, com visita às bancadas". E agora, continuou, este trabalho terá prosseguimento, com as discussões com as comissões que vão discutir as propostas no Congresso já instaladas.