Calheiros cobra do governo MPs do seguro-desemprego
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), cobrou do governo negociação em torno das medidas provisórias do ajuste fiscal que dificultam a concessão de seguro-desemprego e pensão por morte. O governo considera que as duas medidas representarão economia de R$ 18 bilhões.
Segundo Calheiros, o governo precisa entender que a conta não pode ser paga só pelos mais pobres. "Não conversamos ainda (sobre as MPs). A conta do ajuste não pode passar só para a população mais pobre. Mas nós vamos conversar sobre qualquer medida provisória", afirmou o senador. Ele já disse que se o Congresso estivesse em funcionamento quando as MPs foram editadas, os parlamentares as teriam devolvido.
O presidente do Senado pregou humildade ao governo daqui para a frente depois das grandes manifestações de domingo, quando houve muito clamor pelo "fora Dilma, fora Lula, fora PT". "Nós achamos que o governo tem de ter muita humildade para se reencontrar com as ruas. Precisa ter uma agenda econômica, um plano econômico que garanta desenvolvimento com crescimento."
Para o presidente do Senado, o ajuste é importante, mas é uma preliminar, uma pré-condição. "Portanto, é preciso que nós tenhamos para após os ajustes um plano de desenvolvimento econômica. E, paralelamente, vamos fazer a reforma política e vamos combater a corrupção. Aliás, o Senado já fez isso depois das manifestações de junho de 2013."
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, procurou Calheiros hoje para tratar do pacote anticorrupção que o governo pretende enviar ao Congresso. Segundo Calheiros, o Senado já aprovou leis importantes, que estão paradas na Câmara. "É importante o protagonismo do governo para que esse pacote ande na Câmara dos Deputados", disse o senador.
Quanto às medidas provisórias 664 e 665, que tratam de reformas no seguro-desemprego e na Previdência, Calheiros disse que por enquanto não foram iniciadas as negociações. Afirmou que o diálogo deve sempre ocorrer. "Você não deve recusar o diálogo. Conversar não arranca pedaço. Democracia não arranca pedaço. Até para divergir é importante conversar."