Jarbas vê crise do país como a mais séria da história

Na tribuna da Câmara Federal o deputado criticou a gestão de Dilma e analisou o cenário político

por Élida Maria seg, 16/03/2015 - 20:07
Agência Senado No discurso o parlamentar disse que Dilma fez um estelionato eleitoral após vitória nas urnas Agência Senado

O deputado federal, Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), usou a tribuna da Câmara dos Deputados, em Brasília, após 30 anos de seu mandato como parlamentar em 1985 para uma analisar do atual cenário político nacional. O peemedebista fez críticas ao Governo da presidente Dilma Rousseff (PT), nesta segunda-feira (16) e disparou que a crise atual do Brasil nunca foi vista anteriormente.

“Começo a exercer o meu terceiro mandato de deputado federal num momento não menos turbulento, mas por razões que nunca imaginaríamos há 30 ou há 40 anos. O Brasil vive hoje – e não é alarmismo da minha parte – uma das maiores crises políticas da sua História Contemporânea”, alfinetou durante discurso postado na página de seu Facebook.

Segundo o deputado pernambucano, na raiz de tudo está a “corrupção endêmica decorrente da promíscua relação entre os poderes Executivo e Legislativo e o aparelhamento perverso que o Partido dos Trabalhadores e seus aliados promoveram no Governo Federal e nas suas principais empresas estatais, como Caixa Econômica, Banco do Brasil, Eletrobrás, Correios e a maior de todas, a Petrobras – a mais expressiva vítima da corrupção, da ganância e da sede sem limites pelo poder”, detalhou.

Apesar de ser do mesmo partido do vice- presidente Michel Temer, o senador também criticou a democracia brasileira, dizendo que ela demonstra uma “tremenda robustez”, pois, apesar de tudo que vem sendo revelado, ele não enxerga nenhuma tentativa de quebra dos princípios constitucionais, como sempre ocorreu durante o século 20, marcado por golpes e insurreições militares. “Não vislumbro nenhum tipo de risco institucional, como ocorre em outros países vizinhos, assombrados pelo bolivarismo” ressaltou.

Na avaliação de Vasconcelos é preciso ficar bem claro que o exercício da política não pode ser confundido como um caminho fácil para fazer negócios e acumular riquezas pessoais. “Também não se justifica usar dinheiro sujo para bancar campanha eleitoral.” Para ele, é necessário mudar o “mar de mediocridade, um oceano que vive em permanente maré alta. Alta e poluída”, acrescentou.

“Alguém aqui imagina o que deve pensar um eleitor de Salgueiro, lá no Sertão de Pernambuco, quando assiste no ‘Jornal Nacional’ dia após dia, os escândalos que se acumulam?“, questionou. Para acrescentar em seguida: “Democracia não aguenta desaforo no nível que estamos vendo nos últimos anos. Algo precisa ser feito. E o caminho para isso começa por admitir os próprios erros e sinalizar à opinião pública que tudo que está aí precisa mudar”, alfinetou.

De acordo com o peemedebista a mudança deve começar pela presidente Dilma Rousseff. “Vencedora por uma margem pequena de votos numa eleição de segundo turno, dizendo que ia fazer determinada coisa e, logo após a vitória, passou a fazer exatamente o contrário. Um verdadeiro ‘estelionato eleitoral’, sem admitir, em nenhum momento, que errou no primeiro mandato”, criticou o senador que foi um dos políticos presentes na manifestação ocorrida nesse domingo (15), na Praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife.

 

COMENTÁRIOS dos leitores