Armando defende tolerância cultural entre as religiões
O petebista recebeu, nesta quarta-feira (17), demandas de religiões de matrizes africanas
O candidato a governador de Pernambuco, Armando Monteiro (PTB), se comprometeu, nesta quarta-feira (17), a tratar de maneira uniforme os segmentos de matrizes africanas existentes no estado. Ao se reunir com representantes da religião, em Olinda, o petebista recebeu uma carta aberta do Terreiro Santa Bárbara Nação Xambá com 10 reivindicações. Entre elas, o tratamento igualitário para o ensino religioso nas escolas estaduais, a reestruturação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPIR) e a criação de um centro de estudo voltado para o segmento.
“Devemos muito a esta matriz africana, em boa hora vocês me encaminham as propostas”, frisou o candidato, que a 18 dias do pleito ainda não divulgou o plano de governo. “Uma (das reivindicações) de competência estadual que quero sublinha é a questão do ensino religioso confessional. Somos um país diverso e esta pluralidade deve ser conhecida desde cedo, então para isso é preciso se ensinar a história das religiões”, prometeu.
Mencionando a questão do Candomblé não ter nenhum livro regente de leis, como o catolicismo, por exemplo, que tem a bíblia. Armando intitulou as religiões de africanas como as verdadeiras. “Uma Matriz que sobrevive todos estes anos e se mantêm viva, sem o livro, significa dizer que ela é verdadeiramente viva”, frisou. “Somos um país multicultural. A cultura é a alma de um povo”, complementou o candidato a senador João Paulo (PT).
Afirmando apenas o ex-governador Miguel Arraes (falecido em 2005) esteve na casa onde funciona o Terreiro, o babalorixá Ivo de Xambá pediu para que o petebista, se eleito, promova a igualdade dos direitos. “Colocamos esta casa como independente da religião que professa. Venho pedir que faça alguma coisa por aqueles que vão me suceder. Queremos igualdade de direitos neste estado, pedimos apenas para poder existir como cidadãos”, solicitou.
O Terreiro Santa Bárbara é oriundo da tradição dos povos residentes na fronteira entre Camarões e Nigéria. A casa funciona em Olinda desde 1930.