As eleições de 2014 e o assombro do "Volta Lula"
Dilma tem perdido alguns terrenos eleitorais, mas o ex-presidente já prometeu que vai contribuir “como militante” para reestruturar a liderança da petista
A pouco menos de seis meses das eleições para presidente do Brasil, o clima de “Volta Lula” insiste em assombrar a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). O ex-presidente já cravou que o possível retorno dele para a disputa presidencial é apenas “boataria”, no entanto algumas alas petistas ainda contam com esta carta na manga, caso o desempenho de Dilma volte a cair nas pesquisas. Diversos episódios já estão sendo criados, em torno de Lula, para que não deixe de ser o líder máster do PT.
Nas redes sociais, inclusive, o que não faltam são páginas exaltando uma provável candidatura do petista. Nesta semana, um fato curioso foi a divulgação de imagens rememorando o humor e o bom relacionamento dele com políticos nacionais e internacionais, além de ícones da cultura brasileira e símbolos populares.
Dilma tem perdido alguns terrenos eleitorais, mas o ex-presidente já prometeu que vai contribuir “como militante” para reestruturar a liderança da petista. “O que eu vou fazer nas eleições é ser um militante para a presidente Dilma Rousseff continuar o bom trabalho que ela vem fazendo”, afirmou.
No último dia 8, quando concedia entrevista aos blogueiros do país, Lula iniciou a conversa garantindo que não seria candidato. “Quero dizer pra vocês que não sou candidato. A minha candidata é a Dilma Rousseff. Acho que ela tem competência e todas as condições políticas e técnicas. Tem a capacidade que o Brasil precisa pra fazer esse Brasil avançar… e acho que ela é disparadamente, a melhor pessoa para ganhar essas eleições e fazer o Brasil continuar andando”, disse.
Nos bastidores da política, a estimativa é que pelo menos 16%, dos deputados e senadores do PT, deseja o retorno do ex-presidente. No entanto, ao que aparenta, isso não tem sido discutido pelo partido. Apesar de, no último mês, o presidente Rui Falcão endossar que existe uma boa probabilidade de Lula disputar a presidência, mas só em 2018, para garantir a perpetuação do reinado petista.
"Nós temos que reeleger a presidente Dilma para que Lula volte em 2018. Pessoalmente, acho que a volta do presidente Lula em 2018 faria muito bem ao Brasil", cravou o dirigente. Opção também não refutada pelo próprio Lula. "Em política, não devemos dizer nunca. É muito cedo (para falar de 2018). Até lá espero que surjam novas lideranças. Eu acho que já cumpri minha missão na Presidência", afirmou o ex-presidente.
O PT tem até 10 de julho, quando encerra o prazo das convenções partidárias para definir se aposta na reeleição de Dilma ou no retorno de Lula. Como os próprios políticos dizem, "não devemos dizer nunca", e a corrida eleitoral é dinâmica. Resta-nos aguardar e pagar para ver se em 2014 o 13 será de Lula ou de Dilma.