Caminhoneiro ficou 20 horas refém de índios em Humaitá
O caminhoneiro Jafre Rangel de Souza, com 25 anos na época, ficou 20 horas como refém dos índios tenharins, em 2006, em Humaitá, por ter se negado a dar carona a um grupo de indígenas. O sequestro ocorreu em março de 2006, mas o caso veio à tona nesta sexta-feira (10), com a apreensão, pela Polícia Federal, de um documento em que os próprios índios relatam a retenção de um caminhão Mercedes Benz e do homem que o conduzia. Desde o final de dezembro, a PF investiga o desaparecimento de três homens na área indígena no dia 16 de dezembro - o caso gerou conflito entre os índios e as populações de Humaitá, Manicoré e Apuí, cidades da região.
De acordo com o documento, o motorista foi rendido no km 120 da rodovia Transamazônica (BR-320) e levado com o veículo para a aldeia dos tenharins. Os índios exigiam que ele pagasse R$ 10 mil para que o veículo fosse liberado. Souza só foi liberado depois da chegada do administrador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), mas o caminhão continuou retido. Os índios lavraram um documento a que chamaram de "relatório de ocorrência" impondo a condição do pagamento para a liberação do veículo. O dono procurou a 8ª Delegacia Regional de Humaitá, que o encaminhou à Polícia Federal de Manaus. Sem solução, Souza acabou pagando a "multa" com a ajuda de outros caminhoneiros.