Em público, Dilma e Campos mantêm aparências cordiais

Cultivando o respeito no discurso, ambos os políticos saíram no mesmo carro

ter, 17/12/2013 - 15:45
Chico Peixoto/LeiaJáImagens Os políticos conversaram durante os discursos de outras lideranças Chico Peixoto/LeiaJáImagens

O governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), não deixou dúvidas de que sairá como candidato à presidência da República em 2014. Mesmo com a ruptura entre socialistas e petistas na esfera federal, Campos e a presidente Dilma Rousseff (PT) apareceram em público pela primeira após o rompimento, mantendo as aparências durante os eventos no em Ipojuca, nesta terça-feira (17).

Não era novidade a presença do governador no evento com a petista. Desde que foi divulgado por meio do senador Armando Monteiro (PTB) a terceira visita de Dilma ao Estado, o socialista prometeu comparecer e disse em tom de brincadeira nos bastidores não “ser mal educado” em não participar da agenda.

Como esta foi à primeira vez em que dois políticos estiveram juntos desde o rompimento do PSB com o PT em agosto, os olhos dos membros políticos aliados ao PT e ao PSB não observaram apenas a cerimônia em si. As poucas conversas dos dois, a troca de sorrisos discretos e claro: o discurso foi motivo de atenção de todos.

Audacioso, porém sem perder a classe ou o respeito, Campos fez questão de frisar que “esta pode ser a última vez que a recebe (Dilma) como governador”, rasgando aos quatro cantos a sua escolha de concorrer à eleição em 2014. Ele também declarou respeito a petista e fez questão de usar sempre o pronome de tratamento “vossa excelência”, ao se referir da futura rival.

Em meio ao tom de despedida, afagos e até elogios a Dilma e ao ex-presidente Lula, o governador não deixou passar alguns alvos de críticas por sua parte, como o crescimento econômico no Estado. “Apesar da transformação que o Brasil viveu, ainda somos 13,5% das riquezas (...). Para nós parece que a porta, que nos leva ao caminho do trabalho e da cidadania, está sempre com uma banda fechada”, disparou.

De forma mais harmônica, Dilma não levantou brigas com o socialista e também deixou prevalecer o tom “amigável”. Ela agradeceu a forma como foi recepcionada novamente no Estado, mas não deixou barato as críticas feitas por Campos sobre a desigualdade econômica.

“Eu quero dizer para vocês que nós temos tomado decisões fundamentais em favor do desenvolvimento de Pernambuco e do Nordeste, como afirmava o nosso mestre, o brasileiro chamado Celso Furtado. Nenhum de nós pode aceitar que a desigualdade e o atraso sejam considerados fenômenos naturais como a chuva. Desigualdade e atraso dependem da nossa determinação e de mudar a realidade (...). Prova disso para o Estado, Nordeste e o todo o Brasil é o extraordinário dinamismo deste Complexo Portuário de Suape”, comparou.

Ao término dos discursos de ambos os políticos, desejaram felicitações natalinas e de ano novo aos trabalhadores e as autoridades presentes, mas saíram pela terceira vez em 2013, sem falar com a imprensa. Campos e Dilma acenaram para os jornalistas e forçando uma união intacta, apesar da ruptura política, entraram no mesmo carro aos risos e foram embora.

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Confira um trecho do discurso da presidente Dilma Rousseff:

Confira Imagens do evento:

 

 

 

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