O Nordeste não quer migalhas, diz Eduardo
O socialista criticou o Governo Federal e frisou que o Nordeste não é um peso para o Brasil
O governador de Pernambuco e provável candidato à presidência da República, Eduardo Campos (PSB), afirmou, nesta quinta-feira (14), que o Nordeste precisa ser olhado de outra forma pelos dirigentes do país e não apenas como um “celeiro” de votos, interessando os políticos brasileiros apenas nas eleições.
“Não queremos um olhar de pena, não queremos migalhas ou favores, queremos direitos. Não somos só urna, não queremos ser enxergados só como um celeiro eleitoral para muitos no Brasil. Queremos ser olhado com o respeito que a gente nordestina merece por ter emprestado a este país os mais belos momentos da construção da nação brasileira... Nós não somos um peso para o Brasil, somos parte da solução deste país, precisamos nos enxergar dentro de uma visão que vai muito além dos desafios”, frisou Campos em seu discurso.
Além de alertar sobre o respeito com o nordestino, Eduardo aproveitou para alfinetar a maneira com que o Governo Federal tem conduzido o desenvolvimento regional. "Depois de 2010, passamos (o Nordeste) a crescer quase a metade da América Latina e metade do mundo", ressaltou. O socialista, apesar de reconhecer o crescimento da participação da região no Produto Interno Bruto (PIB), alertou pelo desequilíbrio que ainda é perceptível.
“Somos 28% da população brasileira e apenas 13,5% do PIB, das riquezas. Há um claro desequilíbrio na quantidade de pessoas e quantidade riquezas sendo geradas com limites como nos empoe a região semiárida. E esse desequilíbrio foi alterado na última década? Foi. Em 10 anos de expansão do consumo, de crescimento econômico, quando o Brasil viveu o crescimento econômico similar da América Latina e a do mundo de 2002 até 2010”, pontuou.
Campos citou ainda estudos do Banco do Nordeste que apontam ser necessário o Nordeste crescer 2% acima da economia brasileira durante três décadas para se igualar a renda média dos nordestinos e dos brasileiros. “Esse desafio nos faz olhar para o semiárido com a necessidade de perceber as oportunidades extraordinárias que estão adormecidas no semiárido. Quem mora lá tem a capacidade de superar desafios”, elogiou.
*Com informações de Élida Maria