Câmara não vota moção de repúdio contra a PEC 37

Foi pedido visto do requerimento e ainda não há prazo para nova votação

ter, 25/06/2013 - 17:45
Elizabeth Leal/LeiaJáImagens/Arquivo Para Asfora, a moção de repúdio é uma forma de se sensibilizar com o clamor da sociedade durante os protestos ocorridos em todo o Brasil Elizabeth Leal/LeiaJáImagens/Arquivo

 

A proposta do vereador Jayme Asfora (PMDB) formulando uma moção de repúdio contra a proposta de Emenda Constitucional nº 37 (PEC 37), apresentada na sessão plenária da Câmara de Vereadores do Recife, na tarde desta terça-feira (25), não foi aprovada. A proposta levantou uma grande discussão na Casa José Mariano e foi pedido visto do requerimento pelo vereador Carlos Gueiros (PTB).

Para Asfora, a moção de repúdio é uma forma de se sensibilizar com o clamor da sociedade durante os protestos ocorridos em todo o Brasil. "Isso aconteceu em outras capitais como Porto Alegre e Salvador. Uma Câmara emitir uma opinião que representa o povo é o mínimo", justificou.

O parlamentar argumentou em seguida que a não aceitação da PEC 37 é um desejo exposto nas redes sociais e pela Associação do Ministério Público de Pernambuco (AMPPE).

Segundo Carlos Gueiros, o peemedebista usou uma palavra inadequada quando pediu uma moção de 'repúdio' da proposta. "Uma coisa é ser contra, outra é repudiar o projeto. A proposta está tramitando normalmente", disse, acrescentado: "Primeiro eu não uso essa palavra de repúdio. Nunca se repudiou nada aqui. A Casa se coloca a favor ou contra, mas se ela entrou no Congresso é porque é legítima", explicou lembrando ter 21 anos de vida política e nunca ter repudiado nada na Casa legislativa.

O petebista informou que não era a favor da PEC 37, e que se pudesse votar, votaria contra, mas também não aceita que se tenha uma moção de repúdio. Ele disse que a iniciativa pode prejudicar uma apuração do processo de investigação. Sobre o pedido de Asfora, Gueiros pediu visto e prometeu criar uma emenda que seguirá posteriormente para o Congresso.

Rebatendo as declarações de Carlos Gueiros, o peemedebista defendeu a inovação na Casa José Mariano. "Essa é uma Casa política e se a gente não poder trazer opiniões (...). Esse vai ser o primeiro voto de repúdio aqui, isso é uma Casa nova, e é por não inovar que a Câmara está atrasada", frisou.

Já Henrique Leite (PT) defende que haja uma integração entre o Ministério Público (MP) a Polícia Federal (PF) e que as pessoas entendam que a mudança não será apenas para os políticos, mas para toda a sociedade. "Eu defendo uma mudança do que está hoje, porque em todos os países funcionam o MP e a PF. A PEC trata de um corporativismo  da polícia. É preciso que se faça como a maioria dos países sérios faz: investigar, acompanhar o processo e punir mais ágil. Só a polícia investigando deixa a desejar. É preciso que um investigue o outro para se ter segurança", pontuou.

O petista também solicitou que o assunto fosse melhor esclarecido dentro da própria Câmara de Vereadores antes de ser votado a moção de repúdio de Jayme Asfora. "É melhor esclarecer. Você vai votar por repúdio de algo que você não conhece? É uma questão que a gente precisa discutir com calma", argumentou.

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