CPI do Cachoeira será prorrogada; definição só no dia 30
Líderes partidários decidiram pela ampliação do prazo, mas deixaram definição para depois do segundo turno das eleições municipais
Depois de especulações sobre o encerramento da CPI do Cachoeira, representantes partidários decidiram prorrogar o prazo para as investigações. O anúncio foi feito nessa terça-feira (16), após uma reunião a portas fechadas. A cúpula da comissão que ampliar o prazo por mais um mês, mas deixou a definição para o dia 30 de outubro, após o segundo turno das eleições municipais. O prazo atual é 4 de novembro.
"Os partidos entenderam que, por estarmos vivendo um período eleitoral, nós não poderíamos contaminar nenhuma discussão de apresentação de relatórios ou outras discussões e requerimentos nesse momento", explicou o presidente da comissão, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Até o dia 30, os integrantes da comissão trabalharão na análise dos dados. A reunião administrativa marcada para esta quarta-feira (17) foi adiada para o dia 31, quando deverão ser votados os 508 requerimentos dos parlamentares.
Nesse período, o PSol e o PDT estarão recolhendo assinaturas para prorrogar a CPI por mais 180 dias, prazo máximo permitido regimentalmente. Para que isso ocorra é preciso coletar assinaturas de um terço do Congresso Nacional, ou seja, a proposta precisa do apoio de 171 deputados e 27 senadores. PT e PMDB querem o encerramento imediato.
Para o senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP), a ampliação do prazo permite que as investigações sejam aprofundadas. "Essa não é mais uma CPI só do Cachoeira, é uma CPI Cachoeira-Delta. Boa parte dos recursos transferidos pela Delta para empresas laranjas foram parar em mãos dos integrantes da quadrilha do Cachoeira, portanto é uma coisa só", frisou.
O vice-presidente da comissão, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), acredita que é preciso mensurar o que ainda será feito para então definir um novo prazo. "Vamos ver quais requerimentos serão aprovados e assim definir uma data, e não o contrário. A prorrogação já é consensual. Nós precisamos de mais tempo, mas precisamos fazer uma definição do trabalho que nos resta”, ponderou.
Desde o início das investigações, a cúpula da CPI tem sido acusada pelos parlamentares de estar direcionado os trabalhos de acordo com interesses partidários.