CPI do Cachoeira só se reunirá depois das eleições
Decisão foi tomada devido à dificuldade de reunir senadores e deputados, que estão em regime de esforço concentrado alternado
Depois da sessão improdutiva dessa terça-feira (4), o presidente da CPMI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), informou que a comissão só se reunirá em outubro, após a realização do primeiro turno das eleições municipais. A decisão foi tomada durante uma reunião com líderes partidários.
Um dos motivos para a pausa é a dificuldade de obter quórum, devidos aos esforços concentrados alternados da Câmara e do Senado. Além disso, o presidente aponta a existência de "um código de silêncio" entre os integrantes da organização criminosa, que têm se negado a depor, o que frustra os parlamentares. Os dirigentes da CPMI acreditam que os depoimentos também podem ser usados para influenciar os resultados das eleições.
"A gente tem maior tranquilidade para tomar algumas decisões fora do calor das eleições. Tem eleição em todo o país e esses áudios podem ser utilizados politicamente", frisou o vice-presidente da comissão, deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
Até outubro, a ideia é que o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), continue analisando os dados disponíveis para apresentar um balanço das atividades da comissão, que deve ser feito no final de setembro ou início de outubro. "Nada do que nós apuramos até agora será perdido, pelo contrário. Vamos manter uma agenda de análise da documentação e uma agenda de trabalho mesmo sem as oitivas", disse Odair.
Uma reunião administrativa deverá ser marcada para o dia 10 de outubro. Uma das principais decisões que devem ser tomadas é a possível ampliação do foco das investigações, defendida pelos parlamentares, principalmente da oposição, para que sejam quebrados os sigilos das empresas ligadas à Delta fora do Centro-oeste, onde as investigações estão concentradas por enquanto. A CPMI também deverá decidir sobre a prorrogação dos trabalhos, previstos para serem encerrados no dia 4 de novembro.