Círio conduz 2,5 milhões de fiéis pelas ruas de Belém
Na volta da grande procissão, depois de dois anos de pandemia, devotos de Nossa Senhora de Nazaré reafirmam devoção e renovam a tradição de 230 anos em caminhada de fé
Os paraenses tomaram conta das ruas de Belém nesse domingo (9). Cerca de dois milhões e meio de devotos, segundo estimativa da Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup), participaram da grande procissão do Círio de Nazaré pelas ruas centrais da capital paraense. A Igreja voltou a promover romarias presenciais depois de dois anos de pandemia, 2020 e 2021, período em que não houve procissão oficial da celebração católica.
Foram mais de cinco horas de romaria, no Círio de número 230, em um percurso de três quilômetros e 600 metros. A romaria saiu às 7h20 da Catedral de Belém, após missa celebrada por Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará. A procissão que seguiu em direção à Basílica Santuário, local em que a imagem foi encontrada em 1700 pelo caboclo Plácido.
No percurso pelo centro de Belém, a procissão passou por alguns dos principais monumentos representativos da história da cidade, recebendo diversas homenagens em frente a órgãos públicos, escolas e empresas.
Nos últimos dois anos, em decorrência da pandemia da covid-19, foram suspensas todas as procissões do Círio. Para amenizar essa distância, a imagem da Virgem de Nazaré chegou a sobrevoar a cidade de Belém de helicóptero, especialmente por cima dos hospitais, de onde saíram muitos pedidos de cura e para onde foram direcionadas muitas das orações nesse período.
O publicitário Danilo Caetano, 44 anos, acompanha o Círio desde criança com sua mãe e foi agradecer pela graça alcançada. “Além da própria saúde em relação à pandemia, compramos uma casa, um sonho realizado. A gente tinha que vir aqui esse ano, é um ano especial de retorno da festa. É a celebração pela vida e ao mesmo tempo uma conquista pessoal que é a nossa casa, nossa casinha linda”, contou.
Para Danilo, o Círio é um momento de celebração pela vida, gratidão e renovação de fé. “Saímos de uma pandemia tão difícil para todo mundo, e estar aqui também é um agradecimento”, afirmou.
José Antônio Bahia, 61 anos, é guarda da santa há seis anos e se orgulha de servir a Nossa Senhora de Nazaré. “Eu tive diabetes, um buraco no meu pé e eu não tomo remédio e não tomo nada e eu somente pedi pra Deus, indo à Basílica. Eu tenho muito orgulho de Nossa Senhora de Nazaré, eu vou chorando cada hora que vou falando dela, não tenho explicações do meu amor por ela. É uma felicidade participar desse Círio”, ressaltou.
Antônio Bahia disse que seu sentimento de alegria ao estar na celebração de fé é inexplicável. “O sentimento é uma alegria que não tenho palavras para explicar. Esses dois anos parados com a pandemia que houve e agora poder estar participando de novo é uma alegria”, finalizou.
Por Amanda Martins (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).