ONU observa avanços no enriquecimento de urânio do Irã
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), organismo da ONU, informou aos Estados membros que a República Islâmica começou a "alimentar a cascata de centrífugas modernas" na usina de Fordo
O Irã informou durante o fim de semana dois novos progressos técnicos em processos de enriquecimento de urânio, que permitem avanços no desenvolvimento do programa nuclear do país, em pleno bloqueio das negociações para tentar retomar o acordo de 2015.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), organismo da ONU, informou aos Estados membros que a República Islâmica começou a "alimentar a cascata de centrífugas modernas" na usina de Fordo, modificadas recentemente para ganhar eficiência.
O avanço permite "mudar mais facilmente a configuração da cascata" e passar rapidamente de um nível de enriquecimento para outro, explicou a AIEA em um relatório em maio.
A agência das Nações Unidas é responsável por vigiar o cumprimento dos compromissos assumidos entre o Irã e as potências mundiais em 2015, que motivou a retirada das sanções econômicas ocidentais contra Teerã em troca de restrições das atividades nucleares iranianas.
Mas após saída dos Estados Unidos do acordo em 2018, durante a presidência de Donald Trump, e o retorno das sanções, o Irã começou a se afastar progressivamente de suas obrigações.
E as negociações retomadas em 2020 estão paralisadas.
No início de 2021, o Irã anunciou o início do processo para produzir urânio enriquecido a 20% em Fordo, muito acima dos 3,67% estabelecidos no Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) de 2015.
Meses depois, o país superou 60% e se aproximou de 90%, nível necessário para desenvolver uma bomba atômica (intenção que Teerã nega).
O tema será abordado pelo presidente americano Joe Biden em sua visita ao Oriente Médio na próxima semana.
"Meu governo continuará aumentando a pressão diplomática e econômica até que o Irã esteja pronto para voltar a respeitar o acordo", escreveu Biden em uma coluna publicada pelo jornal Washington Post no sábado.