Tribunal de Mianmar adia novamente sentença contra Suu Kyi
Suu Kyi, de 76 anos, deveria ser informada nesta segunda-feira sobre o veredicto de um processo que a acusa pela suposta importação ilegal de walkie-talkies
Um tribunal da junta militar de Mianmar adiou nesta segunda-feira (27) o anúncio da sentença no julgamento contra a líder civil deposta Aung San Suu Kyi pela acusação de importação e posse ilegal de walkie-talkies, informou uma fonte próxima ao caso.
Suu Kyi, de 76 anos, deveria ser informada nesta segunda-feira sobre o veredicto de um processo que a acusa pela suposta importação ilegal de walkie-talkies, e o mais recente de uma série de julgamentos que podem provocar sua prisão pelo resto da vida.
Mas o juiz adiou a sentença para 10 de janeiro, informou à AFP uma fonte a par do caso, sem revelar detalhes.
A vencedora do Nobel da Paz de 1991 está detida desde que os militares derrubaram seu governo em um golpe de Estado em 1º de fevereiro, o que acabou com um breve período democrático de 10 anos no país.
Os militares reprimiram com violência os protestos contra o golpe em todo el país, com mais de 1.000 pessoas mortas e mais de 11.000 detidos, segundo uma ONG local.
Há algumas semanas, Suu Kyi foi condenada a quatro anos de prisão pelas acusações de incitar a população contra os militares e violar as restrições impostas contra a covid-19, uma sentença criticada pela comunidade internacional.
O comandante da junta militar, Min Aung Hlaing, comutou a pena para dois anos e anunciou que Suu Kyi vai cumprir a sentença em prisão domiciliar na capital do país, Naypyidaw.
Suu Kyi pode ser condenada a três anos de prisão se for considerada culpada no caso dos walkie-talkies.
O caso tem origem nas primeiras horas do golpe, quando soldados e policiais invadiram sua casa e supostamente encontraram o equipamento contrabandeado.
Suu Kyi também enfrenta várias acusações de corrupção e cada uma delas pode ser punida com até 15 anos de prisão. A líder civil também foi acusada de violar a lei de sigilos oficiais.
A imprensa não tem acesso às audiências judiciais em Naypyidaw e os advogados de Suu Kyi estão proibidos de falar com a imprensa.