Estudantes de Londres desconfiam da vacina anti-covid
O centro de vacinação anti-covid de uma universidade londrina mal atrai alunos, apesar dos apelos das autoridades para a imunização antes da volta às aulas
Visitantes que podem ser contados nos dedos de uma mão, diversos cancelamentos... O centro de vacinação anti-covid de uma universidade londrina mal atrai alunos, apesar dos apelos das autoridades para a imunização antes da volta às aulas.
Uma pequena clínica foi montada na University of East London para vacinar jovens durante a recepção dos calouros.
No local, Jane-John Ngu Tazinya, de 28 anos, explica que esperou porque "estava sempre em casa". "Não via a utilidade, não me sentia exposta”, disse à AFP.
"Agora que estou sempre fora (...) tenho um pouco de medo com os números (de contágio) e gostaria que a maioria dos alunos se vacinasse", completa.
Mas a iniciativa não tem sido o sucesso esperado, como reconhece Sally Cutler, diretora do programa de vacinação da universidade: “Recebemos alguns alunos, mas os números não são grandes”.
“Acho que os jovens adultos são realmente a faixa etária que menos deseja ser vacinada”, diz.
Na Inglaterra, apenas 66% das pessoas entre 18 e 24 anos receberam a primeira dose, e a proporção cai para 55% em Londres.
Diante da resistência, e com a circulação do vírus ainda alta pela variante delta e o fim das principais restrições em julho, o governo busca mobilizar esta faixa da população.
O Executivo obteve o apoio de estrelas das redes sociais ou, mais recentemente, de jogadores de rúgbi, como o inglês Sam Underhill, e convenceu as empresas a oferecerem vales de compras em troca de doses de vacina.
Para a 'Semana dos Calouros', a semana de recepção dos novos alunos nas universidades com grandes festas, o serviço de saúde pública NHS montou centros de vacinação em dezenas de universidades.
"Entrar na universidade é um dos momentos mais importantes na vida de milhões de pessoas a cada ano e ser vacinado pode estar entre as coisas mais importantes que você pode fazer", insistiu o ministro da Saúde, Sajid Javid, em um comunicado.
Apesar dos apelos, Maame Donkor, 26 anos, e Yaa Kissiedu, 27, estudantes da University of East London, preferem esperar.
“Ainda estamos pensando nisso, (mas) vamos acabar fazendo”, explica Maame. “Quando chegar a hora, iremos ao ambulatório, mas por enquanto precisamos de mais informações”, diz Yaa.
Muitos alunos como Maame e Yaa, que não querem ser vacinados, sentem-se seguros no campus graças às medidas de precaução adotadas, que incluem "autotestes" distribuídos gratuitamente.