Asilo: EUA espera liberar mais migrantes haitianos
Todos os migrantes haitianos que se concentravam dos dois lados da fronteira entre os Estados Unidos e o México abandonaram seus acampamentos improvisados na noite de sexta-feira
Um número indeterminado de imigrantes haitianos poderia se somar aos 12.400 que já foram liberados em território americano, onde cerca de 5 mil continuam detidos após terem cruzado a fronteira com o México em busca de asilo, disse neste domingo (26) o Secretário de Segurança Nacional dos Estados Unidos.
"O número pode ser maior", disse Alejandro Mayorkas à Fox News, em resposta a uma pergunta sobre a possível evolução da cifra de 12.400 migrantes que conseguiram sair dos acampamentos improvisados na fronteira entre o México e os Estados Unidos nos últimos dias e que terão que se apresentar perante um juiz de imigração para defender seu pedido de asilo.
O secretário de Segurança Nacional deu entrevistas em várias das principais emissoras americanas buscando desativar a crise que assola o governo de Joe Biden, acusado tanto de ser permissivo quanto de ter imposto deportações desumanas aos haitianos.
Os 12.400 imigrantes, a grande maioria procedentes do Haiti, foram liberados nos Estados Unidos "sob condições", disse Mayorkas, ao assegurar que seu gabinete se baseava na lei vigente na hora de determinar se deportaria ou não os migrantes.
Além desta cifra, cerca de 2.000 pessoas foram deportadas de avião para o Haiti, 8.000 voltaram voluntariamente ao México e 5.000 foram transferidas para centros de acolhida.
São estes 5.000 migrantes atualmente em detenção administrativa os que poderiam engrossar nos próximos dias a cifra dos 12.400, segundo Alejandro Mayorkas.
Em outra entrevista concedida neste domingo à NBC, o ministro também criticou as normas vigentes sobre o tema migratório nos Estados Unidos. "Estamos trabalhando em um sistema completamente quebrado (...) Nunca ouvi ninguém dizer que as leis de imigração estejam bem estruturadas", disse.
No começo da semana, o ministro detalhou que um total de 30.000 migrantes, a maioria haitianos, chegaram desde 9 de setembro à pequena cidade fronteiriça de Del Río (Texas), onde viviam expostos ao calor e à miséria após cruzar o Río Grande partindo de Ciudad Acuña.
A afluência maciça de imigrantes e o tratamento que alguns receberam, sendo repudiados pela patrulha fronteiriça a cavalo enquanto cruzavam o rio, provocaram uma enxurrada de críticas contra o governo Biden.
Todos os migrantes haitianos que se concentravam dos dois lados da fronteira entre os Estados Unidos e o México abandonaram seus acampamentos improvisados na noite de sexta-feira, segundo o governo americano e os jornalistas da AFP em campo. Mas nos próximos dias e semanas poderiam chegar mais.