Patrimônios históricos preservam a identidade cultural
No Dia do Patrimônio Histórico, especialistas destacam que a preservação é o caminho para compreender a cultura de antigas gerações
Em 17 de agosto celebra-se o Dia do Patrimônio Histórico, data que visa conscientizar sobre a importância da preservação de estruturas ou itens culturais. A data também é uma homenagem ao nascimento do historiador e jornalista Rodrigo Mello Franco de Andrade (1898-1969), conhecido por ser o primeiro presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), criado por meio da Lei nº 378, de 1937, durante o governo do ex-presidente Getúlio Vargas (1882-1954).
Segundo o arquiteto e urbanista, doutor em planejamento urbano e regional, professor de história da arquitetura e urbanismo da Universidade Guarulhos (UNG), Roberto S. Moreno, os patrimônios históricos são testemunhas da história humana, e, por meio deles, é possível compreender o modo de vida de diversas gerações.
O arquiteto lembra que o mundo sempre evoluiu de acordo com as culturas anteriores. Testemunhos como Stonehenge, no Reino Unido, a cidade de Ur, na antiga Suméria, as construções da antiga Grécia ou Egito e as arquiteturas presentes no Brasil possibilitam a interpretação dos hábitos, costumes e manifestações artísticas de gerações passadas. “Preservar é preciso, é necessário, pois sem isso a memória se esvai, se perde no tempo. Preservar é também sinônimo de turismo, economia pujante ligada à cultura. Cria empregos e conhecimentos”, afirma Moreno.
De acordo com o professor universitário, a preservação abrange prédios, cidades e monumentos, pois a prática trata do antigo e não do velho. “O antigo tem cultura, o velho não”, comenta. Moreno destaca que para isso, existem as cartas patrimoniais, que são documentos redigidos por organizações nacionais e internacionais, as quais contêm orientações para a conservação dos patrimônios mundiais, entre elas, Carta de Atenas (1931); “Carta de Veneza” (1934), “Convenção de Paris” (1972), “Declaração e Manisfesto de Amsterdã” (1975).
Para o investidor e colecionador Renoir Vieira, a preservação dos patrimônios históricos garante que futuras gerações tenham acesso à história de maneira tangível. Segundo ele, por meio da conservação desses monumentos ou itens, a sociedade se beneficia ao adquirir maior senso de identidade, coesão nacional e consolidação do turismo, além de garantir que os contextos atuais sejam melhores compreendidos. “A evolução histórica é um 'continuum', portanto, o momento atual não está solto no tempo e espaço, ele é parte de uma evolução histórica, cuja compreensão depende do entendimento do processo histórico”, analisa.
Vieira ressalta que as leis brasileiras têm atribuído o sentido de patrimônios históricos a imóveis, principalmente no que tange à categoria de construções históricas. “Sem dúvidas que imóveis podem ser, em alguns casos, considerados patrimônio histórico, contudo, outros itens como quadros e esculturas também podem ser considerados patrimônio histórico”, defende.