Estudo aponta chance de morte em recuperados da Covid
Sobreviventes ao contágio tem risco 59% maior de morrer no período de seis meses após o contágio
Na última semana, a revista científica Nature publicou a pesquisa Covid Longa. O estudo revela que pessoas recuperadas do coronavírus têm risco 59% maior de morrer no período de 6 meses após o contágio. O estudo teve como base o banco de dados nacionais de saúde de 87 mil pacientes do Departamento de Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos.
A pesquisa sobre as possibilidades do pós-Covid revelam que, além dos riscos de morte, uma parcela dos recuperados está com problemas de saúde. Foram identificadas falhas no sistema nervoso, distúrbios neurocognitivos e cardiovasculares. De acordo com o responsável pela pesquisa, Ziyad Al-Aly, a internação por Covid é a primeira etapa de um longo processo de reabilitação.
Na pesquisa sobre as sequelas, cerca de 48 mil sobreviventes da Covid-19 foram consultados, e 80% deles apresentaram sintomas depois de semanas e até meses após a recuperação. Entre as alterações apresentadas estão fadiga (58%), dor de cabeça (44%), dificuldade de atenção (27%), perda de cabelo (25%) e dificuldade para respirar (24%).
Os pacientes estudados também apresentaram sintomas relacionados à ansiedade (13%) e depressão (12%). Mesmo antes da pandemia, essas alterações já eram agravantes na população brasileira. De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% dos brasileiros possuem algum transtorno de ansiedade; 5,8% da população é afetada por depressão. Fatores como pobreza e desemprego são agravantes deste cenário, segundo especialistas.