Sem acordo, greve dos rodoviários continua, diz sindicato
Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima, a categoria seguirá mobilizada
Nesta terça-feira (22), o Sindicato dos Rodoviários deflagrou uma greve por tempo indeterminado após o descumprimento de um acordo por parte do Governo do Estado de Pernambuco, firmado no último dia 23 de novembro com o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região. De acordo com Aldo Lima, presidente do sindicato, não houve o movimento paredista vai continuar nesta quarta-feira (23).
“A greve está muito forte, é uma adesão massiva da categoria e não houve nenhum avanço, não houve nenhuma discussão até o exato momento, mas o sindicato espera que o Governo do Estado tome para si a responsabilidade de resolver esse impasse, porque só ele pode fazer isso”, afirmou Aldo.
Ele também se queixa da atuação da polícia nas garagens das empresas de ônibus, que buscava impedir piquetes. “Logo nos primeiros horários do dia, início da manhã, a categoria foi surpreendida nas portas das garagens com um aparato policial gigante disponibilizado pelo Estado para reprimir um movimento legítimo dos trabalhadores onde estão apenas exigindo que seja cumprido o acordo que foi firmado (...) Estamos dentro de um direito garantido pela Constituição, mas fomos reprimidos e surpreendidos com um gigante aparato policial disponibilizado pelo Governo do Estado em detrimento da defesa dos interesses dos empresários”, contou o sindicalista.
Apesar disso, Aldo enviou “um recado para a categoria” pedindo que sigam mobilizados na greve. “Não vão para as garagens, continuem firmes na luta em defesa dos direitos, porque eu digo sempre, essa luta é mais do que uma luta por por salário e ticket, queremos esses direitos que são necessários e importantes para a categoria, mas muito mais por dignidade e respeito diante desses trabalhadores que nem têm o Governo do Estado, que tem sido omisso, que tem lado e não é o lado dos trabalhadores, e as empresas que tanto oprimem essa categoria”, disse o presidente do sindicato.
O movimento reivindica o pagamento retroativo a partir de julho no salário e no ticket alimentação, o fim das demissões de profissionais e a estabilidade de seis meses, enquanto acusa o Governo do Estado de fazer “corpo mole” para acabar com a dupla função de motoristas através do retorno dos cobradores.
Por sua vez, o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE) reitera que a portaria 167/20 e a Lei Municipal 18.761/20, que atendiam a principal demanda dos profissionais sobre o fim da dupla função aos motoristas, foram suspensas, classificando a greve como ilegal. Para Aldo Lima, que preside a categoria dos rodoviários, o movimento grevista é “100% legal”.
“O sindicato jamais iria fazer um movimento paredista se não tivesse ocorrido o descumprimento, então eles não estão com a verdade e isso já está apresentado ao Tribunal Regional do Trabalho (...) Essa greve é 100% legal, todos os requisitos legais foram cumpridos. É importante destacar duas coisas que são distintas: uma lei suspensa porque está sob júdice, e a outra questão é uma portaria que não cabe ação judicial porque se trata de uma questão administrativa”,`disse ele.
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