Justiça filipina condena jornalista crítica de Duterte
A jornalista permanecerá em liberdade sob fiança até que a justiça anuncie uma decisão sobre um recurso de apelação contra a sentença
Um tribunal de Manila condenou nesta segunda-feira a jornalista filipina Maria Ressa por difamação, em um processo que organizações de defesa a liberdade de imprensa consideram um passo para silenciar a oposição ao presidente Rodrigo Duterte.
Após o anúncio do veredicto, que a expõe a uma pena de até seis anos de prisão, Ressa afirmou que a condenação "não era inesperada" e completou: "Vamos continuar resistindo aos ataques contra a liberdade de imprensa".
Ressa, 56 anos, é fundadora do site de notícias Rappler, alvo do governo por seus textos críticos à administração de Duterte, em especial a respeito da política antidrogas, que provocou milhares de mortes.
A jornalista permanecerá em liberdade sob fiança até que a justiça anuncie uma decisão sobre um recurso de apelação contra a sentença.
Grupos de defesa dos direitos humanos e da liberdade de imprensa afirmam que a acusação de difamação, ao lado de uma série de processos iniciados contra o site Rappler, além de uma tentativa do governo de retirar a licença do site de notícias, equivalem a um assédio do Estado.
A Anistia Internacional indicou que os "ataques" contra o Rappler são parte de uma ofensiva mais ampla do governo contra a liberdade dos meios de comunicação nas Filipinas.
O veredicto contra Ressa foi anunciado pouco mais de um mês depois da agência reguladora do governo ter determinado a retirada do ar da ABS-CBN, a principal emissora da nação, após anos de ameaças de Duterte de fechar a rede.