Trump defende polícia e segue fugindo do tema racismo
Desde o início das manifestações, o presidente republicano defendeu a 'lei e a ordem', mas se manteve discreto sobre a indignação e necessidade de mudança expressa por dezenas de milhões de cidadãos após a morte de George Floyd por um policial
O presidente americano, Donald Trump, voltou a defender a polícia do Texas, nesta quinta-feira (11), fugindo de um pronunciamento sobre o racismo e a violência policial bastante aguardado, após semanas de protestos que sacudiram o país.
Desde o início das manifestações, o presidente republicano defendeu a "lei e a ordem", mas se manteve discreto sobre a indignação e necessidade de mudança expressa por dezenas de milhões de cidadãos após a morte de George Floyd por um policial.
Em viagem a Dallas, Trump mencionou um decreto em preparação para "encorajar" a polícia a respeitar "os padrões profissionais mais atuais para o uso da força". Mas defendeu a necessidade de uma força policial "mais forte".
"Sempre há uma maçã podre, não importa aonde se vá. Não há muitas delas no departamento de polícia", afirmou o presidente, voltando a reivindicar sua fórmula polêmica sobre a necessidade de "dominar as ruas".
Trump também alertou para o que considera generalizações abusivas: "Temos que trabalhar juntos para lutar contra a intolerância e os preconceitos onde quer que eles estejam, mas não iremos progredir, nem curar nossas feridas, ao rotularmos erroneamente dezenas de milhões de americanos honestos como racistas ou intolerantes."
Em Washington ressoa há dias a ideia de uma iniciativa presidencial forte, como um discurso solene, para abordar a questão da discriminação racial na maior potência mundial, o que ainda não ocorreu. Trump permaneceu calado esta semana durante o funeral de Floyd em Houston, onde seu rival democrata, Joe Biden, expressou-se por vídeo em tom muito pessoal.
Em todo o país, cresce o debate sobre a necessidade de uma mudança profunda na cultura policial americana.