Covid-19: governos e sociedade fazem contagem paralela

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde lançou o Painel Conass Covid-19, que atualiza diariamente, às 18h30, os dados nacionais da doença com base nas informações das secretarias estaduais

ter, 09/06/2020 - 08:44
MAURO PIMENTEL / AFP MAURO PIMENTEL / AFP

Diante das incertezas quanto à divulgação oficial de dados sobre a Covid-19 pelo Ministério da Saúde, diversas iniciativas alternativas de divulgação e visualização de dados surgiram nos últimos dias para trazer à tona o retrato da epidemia do novo coronavírus no Brasil.

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) lançou o Painel Conass Covid-19, que atualiza diariamente, às 18h30, os dados nacionais da doença com base nas informações das secretarias estaduais.

Paralelamente, o ex-secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, que tinha composto a pasta ao lado de Luiz Henrique Mandetta, lançou no domingo a plataforma Dados Transparentes, com a promessa de fazer uma atualização de hora em hora do avanço do coronavírus, também a partir das bases estaduais.

Na apresentação do painel, o presidente do Conass, Alberto Beltrame, afirma que "a ciência, a verdade e a informação precisa e oportuna são fios condutores do processo orientador da tomada de decisão na gestão da saúde". No sábado, quando o empresário Carlos Wizard, que ia assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do ministério, indicou que o governo poderia recontar os mortos, afirmando que os dados são "fantasiosos ou manipulados", o Conass disse que "a tentativa autoritária, insensível, desumana e antiética de dar invisibilidade aos mortos pela Covid-19 não prosperará".

A iniciativa pioneira na divulgação paralela de dados é do Brasil.io, criada em 2018 para facilitar o acesso a dados oficiais. Desde março a plataforma compila as informações estaduais de Covid e ganhou destaque na última semana. "Com a mudança recente do Ministério da Saúde, ficou claro que o objetivo é não publicar algumas coisas. Na minha visão, o que está por trás disso é desinformação, é fazer a pessoa entender que as mortes estão diminuindo", afirma Álvaro Justen, fundador do Brasil.Io. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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