PE: turismo e pescaria em alerta após óleo no Litoral

Grande parte da renda dos municípios do Litoral pernambucano são mantidas pela movimentação turística e a pescaria sustenta diversos grupos familiares

por Victor Gouveia sex, 18/10/2019 - 10:59

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O retorno das manchas de óleo no Litoral Sul de Pernambuco, nessa quinta-feira (17), ligou o alerta referente ao desenvolvimento econômico advindo da exploração ambiental na região. Grande parte da renda dos municípios da costa é mantida pela movimentação de turistas, que desfrutam de lugares paradisíacos e consome produtos locais, e do comércio de pescados. 

A cidade de São José da Coroa Grande - divisa com Alagoas - foi a primeira atingida pelo resíduo e cerca de 100 barcos pesqueiros estão impedidos do exercício. O município possui aproximadamente 1.500 pescadores cadastrados, que somados aos autônomos, totaliza 3.000 trabalhadores do mar, segundo a presidente da Colônia de Pescadores. Sem condições de trabalho, muitos unem-se à força tarefa para retirada do resíduo.

"A felicidade da gente é que o mar tava muito cheio ontem, aí [o óleo] acabou passando por cima dos corais", ressaltou a presidente Enilde Lima. Ela calculou que 1,2 toneladas de resíduos foram retiradas do mar em dois dias, com auxílio do Governo do Municipal, Estadual, Marinha, Exército e da população.

Os voluntários reuniram-se com sacos plásticos e luvas de borracha para peregrinar nas areias da praia e recolher qualquer resquício percebido. “Não existe nenhum plano para conter esse óleo, nem preocupação. É um descaso total”, avaliou uma nativa que optou em não se identificar.

A secretária adjunta de Turismo Mônica Sueli reitera a importância dos visitantes para movimentação econômica na cidade, sobretudo, no período de férias que se aproxima. “Essa é a época que nos preparamos para ganhar dinheiro. Uma das maiores preocupações é receber o turista e o veranista”, destacou.

Mônica relatou que equipes para conter o polímero foram enviadas ao Rio Pissinunga, Rio do Una e na orla da cidade, onde foram colocadas mantas e redes. Sem saber quando o problema será efetivamente solucionado, ela também informou que um representante da Marinha afirmou que faria visitas periódicas entre 10 e 15 dias até que o desastre fosse sanado. “A gente não pode vender aquilo que você não gostaria de comprar. Não posso vender meu destino com ilusões”, declarou. 

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