Processo de canonização de dom Hélder avança no Vaticano
Dom Hélder Câmara é conhecido por ser uma voz ativa em defesa dos direitos humanos durante a ditadura militar
O processo para a canonização do religioso brasileiro dom Hélder Pessoa Câmara (1909-1999) avançará para uma nova etapa na próxima semana, no Vaticano. Na chamada "fase romana", a Igreja Católica irá escolher um relator e determinará duas comissões para realizar um minucioso perfil biográfico e uma defesa argumentativa de suas virtudes.
De acordo com reportagem do jornal "Folha de S.Paulo", citando Jociel Gomes, frade franciscano responsável pelo pedido junto a Santa Sé, o próximo passo será o papa Francisco fazer o reconhecimento que o brasileiro "praticou em grau heroico as virtudes cristãs".
O processo para tornar dom Hélder santo foi aberto em fevereiro de 2015, nove meses após o pedido ser feito pela Arquidiocese de Olinda e Recife. Em um dossiê de 197 páginas enviado ao Vaticano, o frei Jociel registrou depoimentos de 54 pessoas.
Dom Hélder Câmara é conhecido por ser uma voz ativa em defesa dos direitos humanos durante a ditadura militar. Ele foi indicado quatro vezes ao Nobel da Paz e é considerado Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos, em lei federal.
Em relação ao processo de canonização, o religioso ainda precisa por algumas fases. Primeiramente, ele precisa ser considerado venerável, para que os relatos de milagres sejam analisados por especialistas do Vaticano.
Logo depois, somente com um milagre reconhecido, ele poderá se tornar beato. Por sua vez, para ser canonizado, ou seja, receber o status de santo, a Igreja precisa reconhecer o segundo milagre.
Ao longo de sua vida, Hélder Câmara foi arcebispo emérito de Olinda e Recife e um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Além disso, ficou famoso por sua luta durante a ditadura militar e por defender uma Igreja mais próxima dos pobres.
A morte do cearense, que atuou fortemente em Pernambuco, completa 20 anos nesta terça-feira (27).
Da Ansa