40% dos adultos brasileiros estão inadimplentes
Alto índice de brasileiros com nome sujo está relacionado à recessão econômica, que faz com que as famílias se endividem para suprir necessidades básicas
O número de brasileiros com dívidas em atraso chegou a 63 milhões em março deste ano, de acordo com dados da Serasa Experian. O número corresponde a 40,3% da população adulta.
Em relação ao mesmo mês do ano passado, o aumento foi de 3,2%, ou seja, 2 milhões de pessoas se tornaram inadimplentes. Já na comparação com fevereiro, a alta foi de 1,2%.
Por faixa etária, a inadimplência é maior entre os consumidores de 36 a 40 anos (48,5%), mas o índice entre os idosos acima 61 anos apresentou alta de 1,9 ponto percentual em março.
Os bancos e cartões de créditos representam a maior parcela dos registros de inadimplência no mês passado (28,1%), seguidos por serviços como água, luz e gás (19%) e telefonia (11,6%). Está última teve a maior variação de inadimplência na comparação com março do ano passado, de 1,6 ponto percentual.
A economista e professora da escola de negócios Unialfa-Fadisp, Celina Ramalho, explica que o alto índice de brasileiros inadimplentes está diretamente relacionado à recessão econômica. "As famílias brasileiras estão levando as consequências do desequilíbrio da economia, que se dá prioritariamente ao déficit de R$ 200 bilhões do governo, afetando os outros dois agentes econômicos, que são as famílias e as empresas", afirma.
Segundo Celina, a incerteza quanto à reforma da Previdência e o aumento da taxa de juros e dos impostos desestimulam os empresários a investir no país, impactando na geração de empregos, o que também resulta na inadimplência da população.
"As pessoas estão se endividando pelas suas necessidades básicas mesmo e quem tem linha de crédito acode o restante da família. É uma condição bastante adversa e um alerta vermelho em relação à crise econômica pela qual o país está passando", pondera.