Pilotos seguiram diretrizes da Boeing antes do acidente

O avião caiu no dia 10 de março pouco depois da decolagem em Adis Abeba, uma tragédia que matou as 157 pessoas estavam a bordo

qua, 03/04/2019 - 07:34
Jason Redmond Um Boeing 737 MAX 9 na fábrica da empresa em Renton, Washington, em 12 de março de 2019 Jason Redmond

Os pilotos do Boeing 737 MAX da Ethiopian Airlines que caiu em março seguiram os passos de emergência estipulados pela fabricante, mas não conseguiram recuperar o controle do avião, informa a edição desta quarta-feira do Wall Street Journal.

O avião caiu no dia 10 de março pouco depois da decolagem em Adis Abeba, uma tragédia que matou as 157 pessoas estavam a bordo. Este foi o segundo acidente fatal com um 737 MAX em menos de cinco meses, o que provocou a suspensão da autorização de voo deste modelo em todo o planeta.

O primeiro caso aconteceu em outubro de 2018, quando 189 pessoas morreram na queda de uma aeronave deste modelo da companhia aérea Lion Air na Indonésia. Após este acidente, a Boeing divulgou uma circular recordando as diretrizes de emergência para superar um sistema desenvolvido especialmente para os aviões MAX.

Os pilotos que tentaram recuperar o controle do avião etíope seguiram a princípio os procedimentos para desativar o sistema de estabilização, chamado Sistema de Aumento de Características de Manobras (MCAS), mas não conseguiram retomar o controle da aeronave, afirma o Wall Street Journal, que cita fontes com acesso às conclusões preliminares da investigação sobre o acidente.

Em seguida tentaram recuperar o controle de outra maneira, mas a tentativa não teve sucesso, indica o WSJ, cujas fontes utilizam como base "os dados obtidos com os gravadores da caixa-preta do avião". O relatório preliminar sobre o acidente será publicado ainda esta semana, informou o governo etíope.

Analistas acreditam que o MCAS foi um fator chave nos dois acidentes do 737 MAX. O modelo foi projetado para abaixar automaticamente o nariz da aeronave se detectar um bloqueio ou perda de velocidade aerodinâmica.

Antes do acidente, os pilotos do 737 MAX da Lion Air lutaram para controlar o avião quando o MCAS pressionou para baixo o nariz da aeronave, segundo o registro dos dados de voo.

Tanto o avião da Lion Air como o da Ethiopian Airlines - ambos modelos MAX 8 - sofreram altos e baixos erráticos e uma velocidade de voo flutuante antes da queda pouco depois da decolagem. A Etiópia vê semelhanças claras entre os dois acidentes.

Na semana passada a Boeing, em busca de soluções para que o modelo possa voltar a voar, reuniu centenas de pilotos e jornalistas para apresentar mudanças no MCAS. Uma delas consiste em que o sistema pare de fazer correções quando os pilotos tentam recuperar o controle.

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