Editor do NYT: críticas de Trump à imprensa são perigosas
A declaração de Sulzberger foi divulgada pouco após Donald Trump escrever em sua conta pessoal no Twitter: "As matérias do New York Times são falsas. São um verdadeiro INIMIGO DO POVO"
Os ataques do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à imprensa, são "imprudentes" e "perigosos" e ameaçam incitar a violência contra os jornalistas dentro e fora do país, advertiu nesta quarta-feira o editor do jornal The New York Times.
"Os fundadores dos Estados Unidos acreditavam que uma imprensa livre era essencial para a democracia porque é a base de uma cidadania informada e comprometida", escreveu A.G. Sulzberger em um comunicado.
Outros presidentes dos Estados Unidos "tinham queixas sobre a cobertura do governo e, em algumas vezes, aproveitavam a liberdade que todos os americanos têm para criticar os jornalistas", disse Sulzberger.
"Mas ao demonizar a imprensa livre como inimigo, simplesmente por cumprir sua função de fazer perguntas difíceis e trazer à tona uma informação incômoda, o presidente Trump está se afastando de um princípio básico americano", informou.
"É um princípio que os ocupantes anteriores do Salão Oval defenderam ferozmente, independentemente de sua política, filiação partidária ou queixas sobre como a imprensa cobria seus mandatos".
A declaração de Sulzberger foi divulgada pouco após Donald Trump escrever em sua conta pessoal no Twitter: "As matérias do New York Times são falsas. São um verdadeiro INIMIGO DO POVO".
"A frase 'inimigo do povo' não apenas é falsa, é perigosa", disse Sulzberger. "Tem uma história feia de ser manipulado por ditadores e tiranos que tentaram controlar a informação pública."
"E é particularmente imprudente vir de alguém cujo cargo lhe concede poderes para apoiar ou deter os inimigos da nação", disse. "Como disse várias vezes para o presidente Trump cara a cara, há indícios crescentes de que esta retórica incendiária está estimulando as ameaças e a violência contra os jornalistas no país e no exterior".
O editor afirmou que jornal vai continuar informando "de maneira independente, justa e precisa", "fazendo perguntas difíceis" e "buscando a verdade onde ela estiver".
"Isso não vai mudar", concluiu.