Bolsas de NY fecham em alta, monitorando comércio global
Mesmo apagando grande parte das perdas registradas ao longo do dia, a ação da Apple não resistiu e fechou em baixa de 0,22%
Os mercados acionários americanos encerraram o pregão desta terça-feira em alta, monitorando as tensões que se propagam no comércio global.
O índice Dow Jones fechou em alta de 0,44%, para 24.748,73 pontos; o S&P 500 subiu 0,33%, aos 2.682,20 pontos; e o Nasdaq encerrou o dia em leve alta, de 0,01%, cotado a 7.082,70 pontos.
Comentários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que renovaram as tensões comerciais com a China às vésperas do G-20 repercutiram no início dos negócios desta terça-feira em meio a uma nova venda de ações. O principal papel afetado foi o da Apple, após o líder republicano comentar que iPhones poderiam sofrer tarifas de 10% caso um acordo entre as duas maiores economias globais não seja alcançado. Mesmo apagando grande parte das perdas registradas ao longo do dia, a ação da Apple não resistiu e fechou em baixa de 0,22%, cotada a US$ 174,24, dando prosseguimento à forte queda vista desde a divulgação do balanço referente ao trimestre encerrado em setembro.
"O presidente Trump jogou água gelada sobre as esperanças dos traders para uma trégua comercial com a China. Os comentários dele, contudo, refletem pouco o progresso alcançado nas negociações comerciais até agora e destacam a baixa probabilidade de qualquer pacto ser acordado com Xi Jinping no G-20", escreveu, em relatório enviado a clientes, o economista Jasper Lawler, do London Capital Group. Durante a tarde, o diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, voltou a indicar que novas tarifas podem ser impostas sobre produtos chineses. Trump e Xi Jinping se reunirão na noite de sábado em Buenos Aires.
Na avaliação de Keith Parker, do suíço UBS, uma nova escalada nas tensões comerciais faria com que o S&P 500 retornasse à marca de 2,5 mil pontos. No entanto, com o índice no nível atual, "algum risco de escalada adicional já está precificado e, portanto, a ausência de um resultado negativo no G-20 poderia fazer com que o S&P 500 atingisse novamente os 2,8 mil pontos". Às vésperas do G-20, o subíndice industrial do S&P 500 fechou em queda de 0,94%, afetado por papéis de algumas empresas como Caterpillar (-0,16%) e General Electric (-1,85%).
Os papéis da General Motors (GM) também se mostraram afetados por Trump. Um dia depois de a montadora informar que pretende fechar fábricas em solo americano e efetuar demissões no país, a GM viu suas ações fecharem em baixa de 2,55%, em um movimento de queda que se aprofundou após Trump ameaçar cortar subsídios federais à empresa.