Compras de Natal devem inserir R$ 53,5 bilhões na economia

Estimativa é de que 110 milhões de consumidores presenteiem os amigos e familiares neste ano

por Nataly Simões qui, 08/11/2018 - 14:49

O Natal deste ano deve movimentar R$ 53,5 bilhões em compras, de acordo com a estimativa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL).

O desempenho do varejo deve se manter estável em relação ao Natal do ano passado, quando considerada a inflação do período. Em 2017, segundo o SPC, houve uma injeção de R$ 51,2 bilhões na economia.

A entidade prevê que 110 milhões de consumidores brasileiros devem presentear os amigos e familiares neste Natal, o que corresponde a 72% das pessoas ouvidas pela pesquisa. Outros 9% não pretendem comprar presentes, ao passo que 19% ainda não se decidiram.

Para a economista-chefe do SPC, Marcela Kawauti, o percentual de consumidores que não sabem se vão fazer compras neste Natal indica que, apesar da saída da crise, as eleições deixaram muitos brasileiros atentos aos gastos.

“A boa notícia é que, mesmo com mais consumidores indecisos, o percentual dos que planejam gastar mais subiu para 27%, oito pontos acima do último ano”, destaca.

A pesquisa aponta também que 85% dos consumidores devem comparar os preços com o objetivo de economizar e a internet será a escolha de 67% para essa consulta.

O superintendente de finanças do SPC, Flavio Borges, acredita que o desempenho estável das vendas neste Natal deve ser visto com cautela, já que muitos brasileiros ainda estão desempregados e endividados. Ele avalia que o momento de grande incerteza eleitoral em que foi feito o levantamento, na primeira quinzena de outubro, também influenciou o resultado.

“Agora que o quadro está definido, a intenção pode mudar, já que as pessoas tendem a gastar mais quando a crença no futuro é melhor”, explica.

Borges acrescenta que a Black Friday deste ano, que ocorre no dia 23 de novembro, deve influenciar o desempenho do varejo no Natal, não no volume das vendas, mas no preço dos produtos, principalmente no segmento de eletroeletrônicos.

Segundo o superintendente de finanças, a sazonalidade de consultas ao SPC mudou por conta da data. “Antes existia um pico na véspera do Natal, mas essa sazonalidade mudou de um jeito que novembro está quase tão forte quanto dezembro”, justifica.

“Na prática, a Black Friday não tira as vendas do Natal, mas dependendo do produto ela obriga o varejista a vender mais barato em uma época que não precisaria, para não perder as vendas. Muitos varejistas não gostam da Black Friday porque poderia vender organicamente em novembro sem precisar baixar preços”, complementa.

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