Jovem é vítima de homofobia e fortemente agredido com arma
Segundo ele, os agressores teriam dito que “não queriam viado na quebrada”
Um jovem de 25 anos foi vítima de homofobia e fortemente agredido com coronhadas no bairro da Penha, na Zona Leste de São Paulo. De acordo com Kaique Carvalho, os agressores disseram que “não queriam viado na quebrada”. As agressões aconteceram no domingo (21) a duas ruas da sua casa.
“Eles perguntaram onde eu morava, disse que era bem próximo do local, mas eles não acreditaram e me deram uma joelhada no rosto”, detalhou em entrevista ao LeiaJa.com. A vítima publicou fotos e um relato do crime no Facebook e a publicação já teve mais de 15 mil compartilhamentos.
Segundo Kaique, ele estava indo para casa quando avistou os homens. “Eu confesso que julguei eles pela vestimenta, mas por não achar certo meu pré julgamento, eu continuei na mesma direção que eles. Não olhei pra eles e senti um alívio quando passaram por mim, mas logo em seguida já voltaram e perguntaram se eu estava olhando pra eles. Eu disse que não havia olhado”, conta. “Então, um deles tirou a arma e mandou eu deitar no chão. Ele dizia que não estava de brincadeira. Um deles chutou o lado do meu ouvido e foi aí que protegi meu rosto. O que estava armado tirou a minha mão do meu rosto, destravou a arma apontando pro meu rosto e falou que seu eu gritasse ia atirar, que não queria viadinho andando pela quebrada”, detalha.
Ainda de acordo com Kaique, após isso ele foi agredido com coronhadas. “Eu senti só a força do cano na minha testa. Minha visão ficou toda embaçada. Ouvi um estralo muito grande em minha cabeça e ruídos no meu ouvido. Senti o sangue escorrendo pelo meu rosto”, detalha. O jovem disse que tentou negociar com os agressores e mostrou que estava sangrando, mas mesmo assim as agressões continuaram. “Eles mandaram eu deitar de novo, se não iam atirar. Eu deitei com minha mão no rosto e eles voltaram a me dar pontapés na cabeça e no rosto. Depois eles tiraram meu tênis e mandaram eu sair andando”, disse.
O jovem registrou um boletim de ocorrência em uma delegacia, mas acredita que o caso ficará sem solução. “Eu não consegui olhar para o rosto dos homens a ponto de descrevê-los, os mesmo irão ficar impunes andando pela região livremente armados”, afirma. “Fisicamente, estou melhor, mas tenho algumas dores espalhadas pelo corpo. Foi impossível dormir essa noite, o escuro me deu medo. Sempre que fechava meus olhos, eu via as árvores da praça e via as cenas se repetirem na minha cabeça”, finaliza.