Após rato ser encontrado em pipoca, fábrica é interditada
A Polícia Civil também deu detalhes de um outro caso envolvendo a mesma empresa: criança passou mal após comer biscoito
A Polícia Civil, através da Delegacia do Consumidor, deu uma coletiva nesta segunda-feira (1º) para detalhar as ações tomadas após a denúncia de que um rato foi encontrado dentro de saco de pipoca em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR). A fábrica foi interditada e o produto que já estava produzido, incinerado.
O local só poderá reabrir após se adequar às normas sanitárias. A delegada Beatriz Gibson, responsável pelas investigações, confirmou que há um segundo caso registrado de rato encontrado em pipoca e que uma criança também passou mal após comer biscoito da mesma empresa.
O caso anterior havia ocorrido no mês de agosto, em Abreu e Lima, na RMR. Segundo a delegada, crianças que participavam de um grupo de estudo comeram do mesmo saco de pipoca e uma delas levou o resto para a casa. Quando essa criança comia novamente o produto ao lado da mãe, descobriu um pequeno rato. “A mãe apavorou-se, ligou para a mãe da criança que tinha ofertado a pipoca, que disse que foi comprada a uma vendedora em Abreu e Lima, e essa ligou para a empresa”, destaca a delegada. Ao todo, cinco mães se reuniram e conseguiram conversar com um representante da fábrica.
Na reunião, a empresa Kinitos se desculpou pelo ocorrido, recomendou que a família procurasse uma unidade de saúde, entregou um kit de produtos como brinde e ainda deu R$ 500 para cada mãe. Entretanto, uma das crianças passou mal após comer o biscoito que foi dado como brinde. “A mãe procurou a data de validade do produto e não encontrou”, ressalta a delegada. Diante da situação, as mães decidiram procurar a polícia para denunciar o fato.
O caso mais recente ocorreu no dia 23 de setembro. O menino de nove anos havia ganhado a pipoca em uma festa infantil e descobriu que havia um rato no interior do saco quando estava em casa na companhia do pai.
Após o caso, a Vigilância Sanitária e a Polícia Civil fizeram uma visita à fábrica (confira o vídeo acima) na última sexta-feira (28). Segundo Beatriz Gibson, foram encontradas várias irregularidades, tais como maquinário antigo, falta de manutenção dos equipamentos, área com rejeitos exposta e a demora no descarte dos rejeitos.
Para voltar à produção, a Kinitos deverá cumprir uma série de determinações e receber nova visita da polícia e da Vigilância Sanitária. "Nós instauramos inquérito policial que irá guarnecido não só do laudo da Vigilância Sanitária como também do laudo do Instituto de Criminalística. De antemão, sabemos que um alimento nessas condições é impróprio para o consumo, e aí temos legislação muito forte nesse sentido e a pena é de dois a cinco anos". A empresa também recebeu advertência. Após as perícias do Instituto de Criminalística, o representante da Kinitos deverá prestar depoimento. Um gerente teria sido demitido após a polêmica.