Especialista fala sobre a importância do pré-natal

Números do sistema de monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), de Belém, indicam procura pelo acompanhamento e busca por parto humanizado

qui, 06/09/2018 - 17:45

Acompanhamento indispensável durante a gestação, o pré-natal ainda é visto como desnecessário por muiitas mulheres. Mas os números do SisPreNatal, sistema de monitoramento e avaliação da atenção ao pré-natal e ao puerpério dos serviços de saúde a cada gestante e recém-nascido, apontam que em Belém há mais de cinco mil grávidas cadastradas no programa.

Camila Miranda, especialista em saúde da mulher, falou da importância do acompanhamento durante o período de gestação. “Muitas começam no fim da gestação, já com 38 ou 39 semanas. Algumas moram no interior e não fazem o pré-natal ou iniciam próximo do parto. Começam muito tarde”, disse Camila.

Segundo a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), os postos de atendimento de pré-natal estão sendo ampliados. Atualmente, são 70 unidades. “A gente capacita, sempre que pode, os agentes comunitários para dar enfoque à importância do pré-natal. Com fôlderes, impressos, informativos e flywers”, informou Camila.

Para que o pré-natal obtenha sucesso, durante o programa é desenvolvida a conscientização sobre o parto humanizado. As unidades básicas de saúde incentivam a participação de pessoas mais próximas da gestante, como o companheiro. Segundo Camila Miranda, desde 2014 as futuras mães, durante o pré-natal, podem conhecer as maternidades onde terão seu bebê para que se sintam mais acolhidas. “O parto humanizado tem uma série de fatores que vão desde a visita dos pais à maternidade, antes do nascimento do bebê, até a entrada do pai na hora do parto. Isso traz para elas mais conforto e mais segurança. Elas são convidadas a irem ao hospital, com seus familiares, e têm uma série de datas prováveis para realizar essa visita”, declarou a especialista.

Para Camila, o parto humanizado diminui os riscos de morte dos bebês. “O parto humanizado é uma prática obstétrica que diminui os riscos de morte da mãe e do bebê. São incentivados o parto natural e a presença do pai durante este processo, evitando as cesarianas”, disse a enfermeira.

As mulheres com gestação de alto risco podem fazer os acompanhamentos pela Casa da Mulher, que fica na Cidade Velha e é referência no Estado. “Nós temos alguns projetos que consideramos modelos exitosos, em que são estimuladas as boas práticas do parto, que começam desde o grupo de gestantes. São feitos exercícios com uma bola para a dilatação do cólon e outras atividades”, detalhou Camila.

Para prevenir a microcefalia são distribuídos para as gestantes durante o pré-natal dois frascos repelentes por mês. “A distribuição desse repelente começou ano passado, entre outubro e novembro, durante o período chuvoso. São garantidos para as gestantes de 23 a 26 exames, dependendo da necessidade. De todas as sorologias (sorologia é um tipo de exame de sangue que é processado de uma forma diferente e que detecta vírus e bactérias), a sífilis é a doença mais comum entre as gestantes, que geralmente só é descoberta durante a gravidez. Oferecemos também os exames mais básicos, porém não menos importantes, como urina e vários outros”, afirmou Camila.

Para as futuras mães, um bom atendimento é essencial durante o período de gestação. “Meu pré-natal começou recentemente. Comecei a fazer agora. É a minha primeira consulta, pelo SUS. Não tenho nada a reclamar. Desde a ginecologia, enfermagem, nutrição, peso, medida, em todas as consultas eu estou sendo bem atendida. O que eu espero do pré-natal é que todos os acompanhamentos tenham um bom resultado para a minha gestação. Para que o meu filho nasça saudável vou precisar tomar medicamentos, vitaminas e é isso que espero do meu pré-natal: bom atendimento”, disse a dona de casa Michele Damasceno, gestante de 3 meses.

No início da gestação, como forma de incentivo ao pré-natal, são disponibilizados nas unidades de saúde kits de teste de gravidez para quem suspeita estar grávida, que podem ser entregues a qualquer familiar da gestante. O teste pode ser feito em casa. “A etapa principal é a mulher diagnosticar a gravidez o mais breve possível. Para nós, o mais breve possível é menos de 12 semanas”, concluiu a especialista.

 Por Rosiane Rodrigues, Cleo Tavares, Nathalia Lavoura e Jesiel Farias. 

 

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