Argentina e mais 5 países ameaçam impor sanções a Maduro
Interlocutores do governo brasileiro informaram que o país não é signatário do documento porque participou de mais dois comunicados
Representantes da Argentina e de mais cinco países (Austrália, Canadá, Chile, Estados Unidos e México) emitiram hoje (21) comunicado em que se dizem dispostos a estabelecer “medidas políticas, econômicas e financeiras” para sancionar o “regime autoritário” do presidente Nicolás Maduro, reeleito neste domingo (20) para mais seis anos de mandato.
Interlocutores do governo brasileiro informaram que o país não é signatário do documento porque participou de mais dois comunicados, um emitido pelo Ministério das Relações Exteriores e outro do Grupo de Lima, que reúne 14 países: Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia).
A exemplo do documento do Grupo de Lima, a Argentina e os demais países criticaram a falta de “legitimidade do processo eleitoral venezuelano’ e, por isso, afirmam “desconhecer os resultados das eleições” que garantiram a permanência de Maduro no poder por mais seis anos. Para essas nações, faltaram liberdade, justiça e transparência nas eleições.
O porta-voz desse comunicado em Buenos Aires foi o chanceler argentino, Jorge Faurie, depois de uma reunião de ministros de Relações Exteriores do G20 (grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo e mais a União Europeia) na capital argentina.
Ao ler o documento, Faurie esclareceu que não serão definidas sanções que prejudiquem o povo, que, para ele, é “a primeira vítima dessa ruptura da democracia venezuelana”.
Os venezuelanos enfrentam uma grave crise de desabastecimento, hiperinflação, elevadas taxas de desemprego e problemas relacionados à saúde pública e educação. A perspectiva é que a inflação na Venezuela supere 13.000% até o final do ano, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Os países vizinhos estão preocupados com o êxodo dos refugiados, que têm cruzado a fronteira venezuelana por causa da crise.