Juros futuros acompanham alta do dólar
O dólar abriu em alta nesta terça-feira (17) e os juros futuros acompanham esse viés no câmbio doméstico, exibindo uma recomposição de prêmios. O foco dos negócios locais segue na política, após a percepção de que as manifestações de domingo nas ruas de várias cidades brasileiras foram positivas no sentido de levar o governo Dilma a se posicionar a favor dos protestos e em defesa do diálogo, além de reafirmar o ajuste fiscal.
Às 9h20, na BM&FBovespa, o DI para janeiro de 2016 tinha taxa de 13,94%, de 13,86% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2017 projetava taxa de 13,86%, de 13,80% no ajuste anterior; e o DI para janeiro de 2021 estava em 13,31%, de 13,30% no ajuste da véspera.
É válido lembrar que os mercados internacionais já estão em compasso de espera pela decisão de política monetária do Federal Reserve, amanhã. Hoje, ocorre o primeiro dia da reunião do colegiado. Ainda no mesmo horário, o juro da T-note de 10 anos estava em 2,0455%, de 2,081% no fim da tarde de ontem, antes do Fed e em meio à queda nos preços do petróleo.
Porém, o foco dos negócios locais segue na política, após a percepção de que as manifestações de domingo, 15, nas ruas de várias cidades brasileiras foram positivas no sentido de levar o governo Dilma a se posicionar a favor dos protestos e em defesa do diálogo e reafirmando a necessidade do ajuste fiscal. Em reação aos protestos, a equipe da presidente Dilma Rousseff prometeu lançar um pacote para combater a corrupção e, conforme apurou o Broadcast Político, as medidas devem ser anunciadas nesta quarta-feira.
Já representantes da equipe econômica do governo participaram de um jantar, ontem à noite, com integrantes da bancada do PT. Ao final do evento, a bancada do partido saiu sem a garantia de que as propostas sobre o ajuste fiscal referentes aos benefícios previdenciários e trabalhistas sofrerão as mudanças sugeridas pelo próprio PT. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), ponderou que "evidentemente", "qualquer medida provisória que tramitar no Congresso há de se dialogar".
Ainda sobre a Casa, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, afirmou, em entrevista ao programa Diálogos com Mário Sérgio Conti, da Globo News, que Dilma deveria colocar uma agenda ao País para sair da crise atual e mostrar à população o que vem depois do ajuste fiscal. Em outro programa televisivo, desta vez, no Roda Viva, da TV Cultura, Cunha disse que, se fosse hoje a convenção do PMDB para manter o apoio à reeleição da presidente, provavelmente o partido não votaria pela manutenção da aliança. "Acho que não, não pela presidente, mas pelo PMDB", ressaltou.
Já na agenda econômica de indicadores, o IBGE informou nesta manhã que a receita bruta nominal do setor de serviços cresceu 1,6% no primeiro mês de 2015 ante igual mês de 2014, no pior resultado da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços, que teve início em janeiro de 2012. A receita bruta do setor acumula alta de 5,4% nos 12 meses encerrados em janeiro.
Mais cedo, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) avançou 0,83% em março, após subir 0,43% em fevereiro. O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas do mercado financeiro, que estimavam desde um avanço de 0,49% a uma alta de 0,90%, e ligeiramente acima da mediana prevista, de +0,82%, de acordo com as instituições ouvidas pelo AE Projeções.
Entre os eventos de relevo, em instantes, tem início uma nova audiência sobre a CPI da Petrobras e, às 10h30, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, participa de audiência na CAE do Senado. Já a presidente Dilma Rousseff recebe, às 11 horas, o presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coelho. No fim do dia, às 19 horas, o Congresso pode discutir o Orçamento de 2015.