Juros futuros sobem sob influência da disparada do dólar
Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o DI para julho de 2015 marcava 13,17%, de 13,129% no ajuste anterior
As taxas dos contratos futuros de juros acompanharam nesta sexta-feira (13) a disparada do dólar e subiram de forma consistente. Do meio da tarde para frente, as taxas futuras até desaceleraram um pouco, com os agentes reconhecendo os exageros vistos mais cedo e também diante da possibilidade limitada de um choque de juros diante da situação da atividade. Ainda assim, notícias e comentários envolvendo a Petrobras, a não atuação direta do Banco Central no câmbio e as tensões sobre as manifestações contra e a favor do governo Dilma Rousseff acabaram pesando nos negócios.
Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o DI para julho de 2015 marcava 13,17%, de 13,129% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2016 apontava 13,86%, ante 13,78% ontem. O DI para janeiro de 2017 mostrava taxa de 13,79%, de 13,78% no ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2021 indicava 13,28%, ante 13,27% na véspera.
No mercado de câmbio, o dólar disparou ante o real e atingiu o maior valor em quase 12 anos. As preocupações com a economia brasileira e com a crise política somou-se ao firme avanço do dólar no exterior, em meio à avaliação de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) está próximo de elevar sua taxa de juros. No pior momento do dia, o dólar chegou a se aproximar dos R$ 3,28, para depois encerrar em patamar um pouco menor, aos R$ 3,260, com alta de 3,36% no balcão. Este é o maior valor para a moeda desde 2 de abril de 2003.
Fontes do governo se movimentaram após o encerramento dos negócios à vista, citando inclusive "claro exagero" na alta do dólar. A avaliação foi de que há muito gordura no câmbio e isso impacta a curva de juros, adicionando prêmios.
Após os comentários de fontes do governo ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, já na sessão estendida, os juros futuros devolveram parte dos prêmios acumulados ao longo do dia, na esteira da desaceleração da alta do dólar no mercado futuro.
A ideia do choque de juros parece mesmo não fazer sentido neste momento, porque os indicadores econômicos reiteram a percepção de atividade enfraquecida. Nem quando mostram alguma melhora os números são capazes de animar o mercado, como foi o caso dos dados do varejo de janeiro divulgados esta manhã, que ficaram em segundo plano em termos de impacto na curva de juros. As altas de 0,8% e 0,6% do varejo restrito e ampliado na margem, respectivamente, bem melhores do que as medianas negativas de -0,40% e -1,20%, segundo pesquisa do AE Projeções, foram relativizadas, porque o desempenho se deu em cima da fraca base de comparação de dezembro.