Apesar de condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no escândalo da Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acredita que pode “consertar o país” a partir de uma possível eleição em outubro deste ano. O petista chamou de “cretinice” a atualização das regras trabalhistas, operadas pela reforma encabeçada pelo presidente Michel Temer (MDB), e ponderou que os “doutores” nunca vão poder fazer o que ele fez pelo país.
“Tinha medo do segundo mandato, sempre tive a preocupação de frustrar o povo brasileiro, mas com ajuda de Deus e do povo consegui fazer um segundo mandato melhor do que o primeiro. Agora estou muito tranquilo, tenho consciência de que eu posso consertar esse país, fazer ele voltar a crescer”, salientou, em entrevista à Rádio Jornal, nesta terça-feira (6).
Para Lula, a recuperação do país está ligada ao crescimento das oportunidades de emprego. “Cretinice de um determinado tipo de gente que acha que o povo tem que trabalhar quase como um escravo, não é possível que tenhamos gente pensando assim no Brasil. Quanto mais chance de trabalhar e comer o brasileiro tiver menos violência teremos e vamos acabar com este clima de ódio”, considerou.
Mesmo estando condenado e com a possibilidade de ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, Lula permanece liderando as pesquisas de intenções de votos. O ex-presidente classificou o fato como “uma relação verdadeira com o povo”.
“Eles estão preocupados porque imaginavam que na primeira pesquisa o Lula estaria destruído e perceberam que não, o Lula está vivo”, enalteceu. “A única coisa que tenho medo é mentir para as pessoas que acreditam em mim. Não posso trair esse povo extraordinário que teve a coragem de votar num quase analfabeto e que fez aqui que os doutores nunca poderiam fazer. A rejeição é colocada na pesquisa para tentar não sei enganar quem, o Brasil sempre foi comecei com rejeição alta e terminei com aceitação alta”, completou.
O ex-presidente disse também que a rejeição alta apontada nas pesquisas é resultado do “massacre” que sofre na imprensa, mas garantiu que se eleito não vai fazer censura. “Quem tem que censurar é o povo. A única coisa que vou propor é a democratização dos meios de comunicação, vamos discutir com a sociedade. Quero uma imprensa como a inglesa, americana, alemã. O dono não pode mentir, utilizar para fazer política. A televisão e o rádio é uma concessão do estado”, destacou.