Após caso de racismo, Bulgária jogará com portões fechados
País recebeu uma série de punições da Uefa nesta terça-feira (29)
Depois do escândalo de racismo envolvendo os torcedores de sua seleção em jogo contra a Inglaterra pelas Eliminatórias da Eurocopa de 2020, a Bulgária recebeu uma série de punições da Uefa nesta terça-feira. A entidade condenou a equipe nacional do país a disputar a sua última partida pela fase de grupos do qualificatório continental com portões fechados no próximo dia 17 de novembro, contra a República Checa, em Sofia, capital búlgara.
Na partida do último dia 14 de outubro, na qual a Bulgária foi goleada por 6 a 0 pelos ingleses em casa, os torcedores locais protagonizaram um episódio polêmico ao fazerem saudações nazistas e proferirem cânticos racistas.
Por causa das atitudes lamentáveis da torcida, o duelo válido pelo Grupo A das Eliminatórias da Eurocopa chegou a ser interrompido por duas vezes no primeiro tempo, sendo que jogadores negros da seleção inglesa foram alvo de racismo e ouviram búlgaros imitando sons de macacos nas arquibancadas.
Durante a primeira paralisação, o locutor do estádio advertiu que a partida poderia ser encerrada se os abusos racistas não parassem, cumprindo o primeiro passo do protocolo antirracismo da Uefa. Durante a segunda pausa, dezenas de torcedores da Bulgária responsáveis pelos cânticos saíram do estádio.
A Uefa poderia ter punido a Bulgária com a sua exclusão da repescagem das Eliminatórias da Eurocopa, marcada para ocorrer em março de 2020, mas optou por dar um voto de confiança aos torcedores da seleção do país ao informar nesta terça-feira que a equipe nacional terá de cumprir um período probatório durante os próximos dois anos. Isso significa dizer que a repetição de incidentes racistas ou preconceituosos neste período de tempo por parte dos torcedores do país poderão render punições mais severas.
A entidade europeia também aplicou uma multa de 85 mil euros (cerca de R$ 377 mil) à Federação de Futebol da Bulgária e já estabeleceu uma outra sanção automática de 50 mil euros (aproximadamente R$ 222 mil), que será aplicada em caso da ocorrência de um novo episódio de racismo por parte dos seus torcedores.
O jogo contra a Inglaterra marcou a terceira ocasião em que torcedores búlgaros foram declarados culpados de conduta racista neste ano. E este último incidente teve consequências drásticas para o futebol do país. Os atos de discriminação foram condenados por políticos e dirigentes esportivos da Inglaterra e até pelo primeiro-ministro da Bulgária, Boyko Borisov, que pediu pela demissão do presidente da Federação de Futebol da Bulgária. Pressionado, Borislav Mihailov anunciou a sua renúncia ao cargo.
Torcedores envolvidos nestes atos de racismo no confronto com a Inglaterra também foram presos e até o técnico Krasimir Balakov foi demitido da seleção búlgara, que depois foi assumida por Georgi Dermendzhiev. Ele passou a ficar à frente de uma equipe que ocupa a lanterna do Grupo A das Eliminatórias da Eurocopa e somou apenas três pontos em sete partidas disputadas. A Inglaterra, com 15, lidera a chave, na qual ainda enfrentará Montenegro, em casa, e o Kosovo, fora, respectivamente nos dias 14 e 17 de novembro.