Ataques de tubarão não intimidam surfistas em Olinda
Segundo profissionais, o risco é mínimo e pouco assusta na hora de cair nas ondas
É quase impossível dissociar a prática do surf em Pernambuco dos diversos casos de ataques de tubarão que ocorreram nos últimos anos. Mas nem adianta pensar que os profissionais da modalidade se sentem intimidados pelo risco de um ataque. Homenageado do I Festival de Surf Olindense, o campeão brasileiro e mundial amador, Fábio Gouveia, tem quase 30 anos de esporte e nunca passou por algum incidente. Entretanto, sabe que é uma possibilidade, mesmo que remota.
"Eu, particularmente, não entro com temor. É o habitat dele, pode acontecer. Tirando os mergulhos, só vi tubarões pequenos. Claro que se você passa o dia inteiro na água acaba vendo um peixe ou outro. Mas nunca passei por nada, é bem sinistro. Tenho conhecidos que foram atacados, alguns faleceram. É complicado, mas é o habitat do animal. Torcemos para que não aconteça, e normalmente é tranquilo, até porque é mais fácil tomar um coco na cabeça do que ser mordido", contou Fábio.
O coro é endossado por Gabriel Vilarinho. Há sete anos como profissional de Stand Up Paddle, o atleta já topou até com baleias, porém nunca passou por qualquer problema do gênero. "Fui criado no mar, faço mergulhos e já tive experiências com os animais. Para mim é como estar em casa, me sinto tranquilo, seguro. Geralmente treino no mar, vou até cinco quilômetros da costa, perto de barcos pesqueiros. Já vi muitos peixes, tartarugas, golfinhos, baleia. É normal encontrar os animais, quem pratica o surf está exposto", afirmou.
Para quem nunca encontrou o peixe, é melhor que os desencontros continuem. No fim, a paixão pela modalidade é maior que qualquer temor. "Graças a deus nunca tive incidentes ou vi tubarões, nem pretendo ver. É o esporte que a gente ama, então praticamos sem medo. Estamos seguros", garantiu o presidente da Associação de Surf de Olinda, Thales Odilany. A lição dos surfistas é que sempre existem atividades mais perigosas no cotidiano. "É um risco muito pequeno, mais fácil se acidentar com o carro na estrada", completou Gabriel.
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