Projeto de lei é debatido para combater violência das TO's

Vereador Wanderson Florêncio levou seu projeto de lei a uma audiência pública na Câmara

por Rodrigo Malveira qui, 14/05/2015 - 14:36
Rodrigo Malveira/LeiaJáImagens Mesa de debateu medidas para coibir a violência das torcidas organizadas Rodrigo Malveira/LeiaJáImagens

Foi apresentado nesta quinta-feira (14) na Câmara de Vereadores do Recife o projeto de lei (PL) que visa evitar ações violentas das Torcidas Organizadas em dias de jogos no Recife. A PL foi elaborada pelo vereador Wanderson Florêncio (PSDB) ainda em 2013 e depois de ter tramitado em todas as comissões, foi levada a uma audiência pública com o intuito de gerar o debate entre população, representantes das torcidas organizadas, orgãos públicos e a Federação Pernambucana de Futebol (FPF), antes de ser levada ao plenário. Através do debate realizado, serão feitos mais alguns ajustes no projeto. Estiveram presentes na mesa para discutir o projeto de lei, além do vereador responsável pela elaboração, o Secretário de Esporte do Recife, George Braga; o Presidente da FPF, Evandro Carvalho; o promotor do Ministério Público, José Bispo; e representando a Policia Militar de Pernambuco, o Tenente Coronel Aníbal.

Como principais pontos da discussão foram colocados o cadastramento dos membros das torcidas organizadas, punições mais severas para quem torcedores que cometerem atos violentos em dias de jogos e que falta uma participação maior dos clubes no combate a violência dos seus torcedores. Os três grandes da capital por sinal não enviaram representantes a audiência, apesar de terem sido convidados. O promotor do José Bispo cobrou que os clubes tivessem uma participação maior nessa luta, segundo ele falta que os próprios clubes realizem queixas contra os atos violentos realizados por seus torcedores e que muitos dirigentes ainda dão apoio as TO's disponibilizando espaços dentro dos seus próprios estádios. Para o presidente da FPF, Evandro Carvalho, a não presença dos clubes no debate não chega ser considerado um problema, pois a federação representa os mesmos. "A federação está aqui, ela representa os clubes e isso não altera em nada. Os clubes tem demonstrado que todas as diretrizes que a federação traça, todos os projetos eles aderem sem nenhuma restrição, portanto não há nenhum prejuízo", comentou para a reportagem do LeiaJá.

O vereador Wanderson Florêncio, elaborador do projeto, comentou que o objetivo principal não é extinguir as torcidas organizadas dos estádios pernambucanos e sim adequar as leis para que elas tornem-se mais severas, mas o próprio não descartou o fim delas caso seja necessário. "Nós temos que extinguir as torcidas organizadas violentas, aquela que não quiser comungar do que a gente vem disciplinando para que o ato de torcer seja um ato sadio, esses estarão fora. Não podemos compactuar com a violência, com a marginalidade em dias de jogos desportivos que deveria ser um ambiente de confraternização", ressaltou.

Boa parte dos que estiveram presentes concordaram que o cadastramento dos torcedores é a medida mais efetiva para afastar os vândalos dos estádios. O vereador apontou que para o sistema funcionar será preciso uma parceria entre poderes públicos e federação. alé de uma atualização constante. "Temos que manter um cadastro atualizado a cada três meses e esse cadastro deverá ter chancela da polícia militar, do ministério Público, do juízado do torcedor e da federação para que a gente possa identificar, aqueles torcedores que são ordeiros daqueles que são desordeiros, que incitam e promovem a violência. Nossa intuito é de fato acabar com a violência no futebol e nos demais eventos esportivos na cidade do Recife", pontua.

Para o secretário de esporte da prefeitura do Recife, George Braga, a audiência foi produtiva no sentido de que esse era um tema que precisava ser debatido. "É válido a gente fazer um debate dessa forma, de maneira objetiva, ao mesmo tempo que esse é um tema em que a sociedade se mobiliza porque as pessoas ficam indignadas. Há muito tempo a gente carece de algo nesse âmbito que seja objetivo e claro. Nós precisamos preservar as pessoas que não estão envolvidas com isso, mas punir rigorosamente todos que estão envolvidos nesses casos de violência", concluiu. A intenção é que o projeto de lei vá ao plenário ainda no primeiro semestre desse ano

 

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