COB faz trabalho técnico para evitar lesões no Chile
Com uma base em Santiago e outra em Viña del Mar, o COB busca prevenir lesões dos 481 atletas da delegação brasileira, de 41 modalidades
Desde 2009, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) trabalha para o desenvolvimento da área de ciência no esporte. Mas essa é a primeira vez que a estrutura foi montada em uma edição dos Jogos Sul-Americanos. Com uma base em Santiago e outra em Viña del Mar, no Chile, a entidade busca prevenir lesões dos 481 atletas da delegação brasileira, de 41 modalidades.
"Nosso intuito aqui em uma ação direta com os atletas é propiciar que eles tenham a melhor recuperação possível para as próximas competições que venham a participar. É elaborada uma série de ferramentas e estratégias para que aquele atleta esteja em uma condição ótima de performance o quanto antes", explica o gerente geral de performance esportiva do COB, Jorge Bichara.
Após a competição, o primeiro passo do atleta é comparecer na área médica, onde será avaliado. Com um boletim em mãos, será definido se deve seguir para a fisioterapia ou para a massoterapia. A crioterapia, técnica que usa baixas temperaturas com fins terapêuticos, é feita com agendamento. O setor trabalha com três frentes: deixar o atleta pronto para entrar em ação, recuperá-lo da forma mais rápida possível e sanear qualquer problema que venha a ter.
A área tem uma estrutura para a realização de pequenos procedimentos cirúrgicos, em caso de necessidade, e conta com um equipamento de telemedicina. Com a ferramenta, é possível entrar em contato com uma equipe de profissionais em Miami, nos Estados Unidos, para debater sobre alguns casos específicos e até enviar imagens em tempo real.
"A ideia nossa é se antecipar às lesões. Além do andar do hotel, há o apoio do COB e do Comitê Local e uma rede hospitalar credenciada. Claro, nos preocupamos também com as lesões adquiridas em competições", comentou o Dr. José Padilha, chefe da área médica.
O setor de fisioterapia, aberto das 8h às 22h, é um dos mais essenciais para o alto rendimento do atleta. De acordo com Henrique Jatobá, chefe da área, o trabalho colaborou para uma redução de 45% a 50% no índice de contusões. "Nos Sul-Americanos há uma incidência maior de lesões porque têm muitos atletas e nem todos têm as melhores condições em seus clubes", explica.
Com o objetivo de ampliar o conhecimento dos esportistas, o COB está desenvolvendo um programa de vídeos educacionais voltados para os atletas de alto rendimento e para os recreacionais. O projeto deve ser lançado até o fim do ano. Os vídeos terão duração média de três minutos e serão apresentados por alguém que seja referência em cada uma das dez modalidades contempladas inicialmente.
Há também uma área de bioquímica, coordenada por Luis Cameron. Por meio da coleta de sangue e em alguns casos da urina também, o setor trabalha com a verificação da hidratação dos atletas e propõe ações que visam colocá-lo em um estágio orgânico mais equilibrado. Os profissionais também tentam identificar possíveis distúrbios de sono que possam atrapalhar o esportista. A bioquímica é direcionada para uma equipe mais reduzida e, desde 2012, assessora modalidades como pentatlo moderno, atletismo, vôlei de praia, canoagem e ciclismo BMX.
O Comitê Olímpico Brasileiro visa aprimorar o domínio das técnicas científicas no esporte para melhorar a performance dos atletas e colocar o País em vantagem diante dos adversários. Nos Jogos Olímpicos de Londres, a estrutura foi montada no Crystal Palace.