Relembre comerciais de TV de sucesso

Na semana do profissional de propaganda, docentes da área elencam principais propagandas televisivas nacionais que fizeram história

por Maria Eduarda Veloso ter, 18/10/2022 - 17:14
Pixabay/Alexander Antropov Pixabay/Alexander Antropov

Nesta semana é comemorado o Dia do Profissional de Propaganda, responsável por planejar e criar campanhas e peças publicitárias sobre os mais diversos tipos de produtos. O Leia Já conversou com os professores do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Guarulhos (UNG), Rodolfo Nakamura, Fábio Martins e José Eduardo Razuk, que listaram alguns dos masis emblemáticos comerciais da televisão brasileira.

Nakamura cita a propaganda da década de 1970, Bala Kids: “A música que acompanhava o ritmo de um baleiro ‘Roda, roda, roda baleiro, atenção! Quando o baleiro parar, põe a mão’ faz parte do imaginário de gerações”, diz o professor de Gestão de Marcas. Ele também lembra sobre o comercial “Garoto Bombril”, estrelado por Carlos Moreno durante anos. Com jeito tímido e carismático, o personagem de Washington Olivetto inaugurou “uma estética minimalista em que o protagonismo era da marca e do produto, envolvida em uma mensagem bem humorada'', explica Nakamura. 

Além disso, ele elenca os jingles “Pipoca/Pizza com Guaraná” de 1991. Uma propaganda que reposicionou o produto com um jingle inesquecível, criado por Nizan Guanaes, “rejuvenescendo a marca e o produto”. O professor ainda destaca "É no silêncio de um Chevrolet que o meu coração bate mais alto” (1980), jingle inesquecível de José Rodrix. O briefing era composto por apenas uma frase e obteve, segundo o docente, resultado incrível, de uma poesia maravilhosa e musicalidade envolvente.

Já Fábio Martins relembra o comercial da Folha de S. Paulo sobre Hitler (1889-1945), que parte de informações aparentemente inofensivas, até o espectador descobrir de quem se trata. "É uma propaganda atemporal, que se relaciona com a atualidade e com a necessidade de apurar as informações e a quem interessam mentiras e verdades. A peça mostra que quem se dedica à propaganda, precisa ter conhecimento e repertório diversos. Não basta um grande insight. São necessárias referências históricas, culturais, além de habilidades para conjugar o que dará forma ao conteúdo e atenderá à necessidade do cliente. A propaganda é uma arte, uma estrutura cultural complexa, que algumas vezes reflete o seu próprio tempo, em outras, se eterniza, como algo que nunca perde o viço e nunca sai de moda, como no caso dessa peça, infelizmente”, esclarece Martins.

Eduardo Razuk também lista o “Quem bate? É frio” (1960) da Pernambucanas, “A morte do orelhão” (1980) da Telesp, “Meu Primeiro Sutiã” (1987) da Valisére e as animações da antiga companhia aérea, Varig (1960). O docente afirma que a semelhança deles é o storytelling - um conceito aplicado desde as décadas de 1960, 1970, sendo Washington Olivetto o publicitário de referência nesse período.

“É aquela capacidade de falar através de um vídeo, principalmente, contar história de uma maneira relevante - o que está por trás é fazer um tipo de anúncio que é persuasivo, mas não é invasivo.Você não fica forçando a ideia do produto”, diz Razuk. "Eles apresentam o produto de maneira sutil, criativa e às vezes até divertida. Muito mais do que fazer uma venda e passar informações. O produto entrava na história, como eles devem entrar na vida das pessoas, não uma comunicação agressiva, não uma comunicação direta. Tivemos grandes storytellings no passado, embora isso seja apresentado como se fosse uma grande novidade hoje em dia, mas não é”, revela o professor de Marketing e Criação Publicitária.

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