FIG: peça com Jesus trans está mantida, garante secretário
'Prefeito está usando religião para fazer oposição política usando a fé do povo baseado numa informação equivocada de que a peça é anticristã', afirmou Marcelino Granja ao LeiaJá
Após o prefeito de Garanhuns, Izaías Régis, afirmar que vai vetar a encenação do espetáculo 'O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu' no Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), o secretário estadual de Cultura, Marcelino Granja, se posicionou sobre o tema. Em conversa com o LeiaJá, o gestor afirmou que o chefe do Executivo municipal "está usando a questão religiosa para fazer oposição política ao governo".
Questionado sobre haver a possibilidade da retirada da peça da programação por conta da postura do prefeito, Granja explicou que a programação do festival "é feita por uma curadoria. Há um edital público, a avaliação de uma comissão. Não sou eu como secretário ou Márcia Souto como presidente da Fundarpe ou mesmo o governador quem decide o que é apresentado no FIG". Para ele, o cancelamento do espetáculo seria um ato de censura.
O secretário afirma que nenhuma liderança religiosa e que Izaías Régis teria dito a ele também não ter sido procurado, mas soube do conteúdo da peça teatro através das redes sociais. Para Granja, o prefeito está "usando a fé do povo baseado numa informacão equivocada de que a peça é anticristã".
Ele diz ainda que o horário previsto para a encenação é às 23h e o espetáculo será apresentado em um espaço alternativo, com apenas 70 lugares. E que ninguém é 'obrigado' a assitir: "É do livre arbítrio das pessoas irem ou não".
Para Marcelino Granja, os que querem impedir a realização do espetáculo "São pessoas que são contra a liberdade. E Liberdade é exatamente o tema deste do FIG deste ano". "Eu espero bom senso de todo mundo", conclui.
Petição
A diretora de 'Jesus Rainha do Céu', Natalia Mallo, iniciou a coleta de assinaturas para uma petição pela participação do espetáculo no Festival de Inverno de Garanhuns. Em postagem no Facebook, ela afirma que o caso é "Mais um episódio de transfobia, de censura às artes, de ignorância no país que vivemos."
Segundo Mallo, é necessário garantir a encenação para que as pessoas "tenham acesso ao espetáculo para, só então, tirar suas próprias conclusões". Confira a postagem: