Vaticano critica que sári de Madre Teresa vire mercadoria
As autoridades indianas deram permissão para que as Missionárias registrem os direitos de imagem do sári da religiosa, uma medida inédita que fará com que se pague pelos direitos autorais para usar em qualquer meio
O Vaticano criticou a decisão da Congregação das Missionárias da Caridade de registrar o sári da Madre Teresa de Calcutá, a ponto de o Papa Francisco poder se pronunciar a respeito.
"Santa Madre Teresa de Calcutá é um símbolo universal, amada pelos fiéis, os não crentes, os que acreditam de forma distinta", declarou o cardeal José Saraiva Martins, de 85 anos, ex-prefeito da Congregação das Causas para os Santos, depois de ficar sabendo dos planos as Missionárias da Caridade.
As autoridades indianas deram permissão para que as Missionárias registrem os direitos de imagem do sári da religiosa, uma medida inédita que fará com que qualquer pessoa que use o sári, no formato que for (fotos, filmes, livros, etc) da religiosa, terá de pagar pelos direitos.
"É um absurdo que se tenha de pagar pelo uso da imagem de seu sári branco com barras azuis", protestou Martins.
Vários outros religiosos expressaram a mesma revolta no Vaticano.
Convertido no "uniforme" das Missionárias da Caridade em todo o mundo, o sári de Madre Teresa é branco (símbolo da pureza) com três barras azuis que representam a pobreza, a castidade e a obediência.