Há 9 anos, sede do Mispe segue fechada e sem perspectivas
Todo o acervo do museu encontra-se atualmente na Casa da Cultura, enquanto o casarão que o abrigava segue fechado desde 2008 sem previsão de reabertura
O Museu da Imagem e do Som de Pernambuco, fundado em 1970, surgiu para servir de lar dos registros da cultura pernambucana em sua forma auditiva e visual. O acervo começou a ser composto por áudios de entrevistas marcantes com personalidades da época de sua abertura, como João Cabral de Melo Neto, Cícero Dias e Gilberto Freire. Inicialmente, essas peças eram todas guardadas na Casa da Cultura de Pernambuco, a primeira sede do museu.
No ano de 1992, o Mispe ganhou um casarão do século XIX, localizado na Rua da Aurora, para ser seu próprio lar. O endereço abrigou o museu durante 16 anos, até que, em 2008, por problemas na estrutura do prédio histórico, o acervo precisou ser temporariamente transferido de volta para o seu local de origem, a Casa da Cultura.
A Casa guarda o vasto acervo do Mispe, que atualmente conta com mais de 20 mil peças, segundo Pedro Aarão, responsável pelo setor dos filmes. Além das películas estão guardadas no local partituras, fitas de áudio, discos, cartazes, cartões postais, slides, fotografias, livros, cordéis, recortes de jornal e todo o acervo jornalístico doado pela TV Universitária. Há também cercade 350 aparelhos de imagem e som, como câmeras fotográficas e cinematográficas, projetores, toca-discos, rádios e televisores.
A riqueza dos arquivos, no entanto, encontra-se disponível apenas para pesquisadores ou para intercâmbios com outros centros culturais. Pedro conta que não há planos para disponibilizar as peças para o público em geral ainda na Casa da Cultura. A ideia é que elas sejam expostas novamente aos visitantes apenas quando o edifício do Mispe for reaberto.
No período de quase dez anos desde o fechamento e seis anos de reforma, foram feitas algumas promessas de reinauguração do espaço. A última era de que o local reabriria em setembro de 2014. Três anos se passaram desde então, e ainda não há sinal de uma possível reabertura.
Segundo informações do site do Portal Cultura de Pernambuco, o projeto de requalificação da sede do Mispe, incluindo o orçamento arquitetônico e complementar, está pronto e seu valor é de aproximadamente R$ 3,5 milhões, que serão arrecadados com auxilio da Lei Rouanet. A meta é a otimização na guarda do acervo e melhorias na estrutura do edifício. André Arararipe, diretor de gestão de equipamentos da Fundarpe, explicou em 2013 que o projeto é utilizar os quatro andares do prédio, com exposições permanentes e sessões de cinema.
Procurada pelo LeiaJá, a Fundarpe, responsável pela manutenção do equipamento cultural, teve seis dias para responder aos questionamentos enviados pela reportagem, mas não respondeu a nenhum. Em vez disso, se resumiu a enviar, por meio da assessoria, uma cópia do texto que já está disponível no Portal Cultura de Pernambuco.
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