Proposta quer transformar funk em 'crime de saúde pública'
A proposta feita pelo senador Cidinho Santos (PR) atingiu as 20 mil assinaturas necessárias e será analisada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa
Uma proposta legislativa que tramita no Senado pode tornar o funk "um crime de saúde pública". No texto, feito pelo empresário Marcelo Alonso, está escrito que a difusão do ritmo com conteúdos "podres" é um "crime contra a criança, o menor adolescente e a família", e que esse tipo de música é uma "falsa cultura".
A proposta já chegou a quase 22 mil assinaturas, tendo atingido a meta nesta quarta-feira (24). Com isso, a ideia agora foi transformada em sugestão oficial (n° 17 de 2017) e está em consulta pública e tramitação na CDH (Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa).
Ainda no texto consta que os bailes funk servem apenas para que criminosos como estupradores e pedófilos possam praticar seus crimes contra menores de idade e estimular a venda e consumo de drogas e álcool. Além disso, é apontado também que nesses locais podem ocorrer crimes como pornografia, exploração sexual, pedofilia, sequestro, roubo e etc.
Em entrevista ao UOL, o autor do texto, Marcelo Alonso, criticou outros ritmos além do funk. Segundo ele "O axé e o forró também estão indo nesse ritmo. A cultura paulista sempre foi do rock e do hip hop. O paulista não tem esse apelo musical do funk. A música eleva seu estado de espírito e o funk te irrita e provoca."
O funk atualmente é um dos ritmos mais tocados no país, muito difundido nas vozes de artistas como Ludmilla, Nego do Borel, Mc Catra e muitos outros. No YouTube, o canal Kondzilla, especializado em vídeos de funk e que já produziu vídeos para cantores como Mc Kevinho e Mc Bin Laden, já conta com mais de 5 bilhões de visualizações, além de ser o segundo maior do país em números de inscritos, com mais de 14 milhões de assinantes.