Sem cumprir acordo, Mirabilandia deve perder terreno

De acordo com a Empetur, não foram cumpridos os acertos feitos pela empresa, o que provocou a ação jurídica

por Roberta Patu qua, 05/04/2017 - 17:13
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo Empresa tenta acordo com o Governo de Pernambuco Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

Mais expectativa e incerteza acerca do parque Mirabilandia. O empreendimento, que funciona desde 2002 na área externa do Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, deve sair do tereno nos próximos dias. A Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) afirmou, por meio de nota, que entrará ainda esta semana com uma ação na justiça contra o Mirabilandia Park Ltda.

O pedido é para a reintegração de posse do terreno onde atualmente funciona o parque de diversão, localizado ao lado do Centro de Convenções. De acordo com a Empetur, não foram cumpridos os acertos feitos pela empresa, o que provocou a ação jurídica. Há cinco anos que a administração do parque vem negociando com o Governo para ficar no local, mas o prazo para que o Mirabilandia desocupasse a área terminou no último sábado (1º).

Ainda segundo a assessoria da Empetur, desta vez não houve nenhum comunicado oficial de negociação antes que o prazo limite terminasse. No acordo firmado entre ambas as partes, a empresa deveria transferir o parque de diversões para outra localidade - terreno na Mata do Ronda, em Paulista -, havendo assim a reincorporação do espaço pela Empetur. Segundo a assessoria do parque, o Mirabilandia não irá se pronunciar sobre o caso, porque ainda está em negociação com o Governo de Pernambuco

Entenda o caso 

O imbróglio vem se arrastando desde 2011, com renovações e mudanças. De acordo com a assessoria de imprensa do Mirabilândia, a direção do parque alegou, mais uma vez, que precisaria de dois anos para as obras de implantação do parque no seu terreno próprio na BR 101 Norte, em Paulista. Se continuar em funcionamento, serão viabilizados a manutenção dos atuais 200 funcionários e o cronograma da obra, com menor necessidade de financiamento bancário.

Essa solicitação já tinha sido feita em 2014, porém, o parque espera nova sensibilidade do Governo no sentido de atender o pleito, como forma de manter o parque funcionando em Pernambuco como um importante atrativo turístico. Tendo em vista esse pleito, a expectativa é que a inauguração do novo parque ocorra no meio do ano de 2019, enquanto que as atividades seriam encerradas no atual terreno seis meses antes.

Ainda de acordo com a direção do empreendimento, uma das pendências, que envolvia a autorização da Agência Estadaual de Meio Ambiente (CPRH), já foi resolvida. Em nota, a assessoria reforçou que o parque dispõe das licenças ambientais necessárias para dar andamento às obras, resultado de estudos de impacto ambiental e compromissos assumidos com a preservação da fauna e da flora do local.

Crescimento e empregabilidade

Para o novo empreendimento, além dos brinquedos do parque atual, outros equipamentos devem ser adquiridos, dentro de um processo natural de renovação e ampliação das atrações. Na estrutura atual, o parque dispõe, por exemplo, de duas montanhas russas adquiridas e ainda não montadas, à espera da implantação do parque no seu novo endereço, passando a contar com três montanhas, além de outros itens que não possui hoje, como anfiteatro, teatro fechado e área para shows.

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Segundo o planejamento, o orçamento para implantação do novo parque é de R$ 50 milhões em três etapas, gerando cerca de 300 empregos na construção e cerca de 500 empregos na operação, a partir da inauguração, devendo impactar em empregos indiretos entre fornecedores.

Mobilidade

A partir da sua inauguração, o novo parque prevê 2 mil vagas de estacionamento, com área exclusiva para ônibus de turismo e para excursões de frequentadores. Ainda conforme a assessoria de imprensa do parque, todo o sistema de acessibilidade está aprovado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e pelas Prefeituras do Recife e de Paulista, com vias exclusivas programadas e que não vão impactar no fluxo da estrada, além de linhas de ônibus que devem ser criadas.

Com colaboração de Nicole Simões

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