Há 25 anos, Gonzagão nos deixava com sua música
No dia 2 de agosto de 1989, o rei do baião morreu no Recife
Com sua força criativa e capacidade de sintetizar os sentimentos dos retirantes nordestinos que se instalaram no Sudeste brasileiro durante o século 20, Luiz Gonzaga escreveu um capítulo definitivo na música popular do Brasil.
Ao incorporar o sertanejo que abandona sua terra em busca de uma vida melhor, trazendo para si as figuras do vaqueiro, do cangaceiro, tão intrínsecas ao povo nordestino, Gonzagão conseguiu dar uma cara, uma voz, uma musicalidade ao nordeste, antes confundido com a Região Norte do país. O rei do baião levou ao Brasil inteiro uma paisagem sonora que trouxe consigo desde a juventude em Exú, Sertão do Araripe, em Pernambuco, onde nasceu.
Gonzaga criou uma música - o baião. Criou mais que isso, uma identidade para o Nordeste, e uma escola seguida até hoje por milhares de músicos, forrozeiros ou não. Resumiu em si mesmo referências diversas do universo do sertanejo, sua dificuldade em conviver com a seca, sua criatividade e seus amores.
Confira especial sobre Luiz Gonzaga feito na ocasião do centenário de seu nascimento
Com uma carreira de gigantesco sucesso, Luiz Gonzaga deixou - quando morreu, em 2 de agosto de 1989 - muitos apadrinhados, que deram continuidade a sua obra. O principal foi o sanfoneiro Dominguinhos, que nos deixou há um ano. Mas sua obra já é eterna, e está materializada no Museu que construiui em Exú, no Memorial Luiz Gonzaga, no Recife, e principalmente nos ouvidos e corações dos apreciadores da sua música.