Renoir roubado de museu é comprado em mercado de pulgas
Obra foi tirada do Museu de Artes de Baltimore, nos Estados Unidos, há 60 anos
Um quadro de Renoir comprado em um mercado de pulgas por sete dólares e que seria leiloado acabou sendo retirado da venda: a pequena tela do mestre impressionista francês tinha sido roubada do Museu de Arte de Baltimore há 60 anos, informou a instituição.
A casa de leilões The Potomack Company de Alexandria, Virgínia (leste), anunciou na quinta-feira que "Bords de Seine", um pequeno óleo de Pierre-Auguste Renoir (1841-1919), foi retirado da venda "depois de que o Museu de Artes de Baltimore (Maryland, leste dos EUA) questionasse na quarta-feira a propriedade da pintura".
O quadro (de 14 cm por 23 cm), estimado entre 75.000 e 100.000 dólares, foi comprado no começo deste ano em um mercado de pulgas no Vale de Shenandoah, a oeste de Washington, entre um monte de quinquilharias, como uma vaca de plástico e uma boneca.
A história desta pintura, que um colecionador americano, Herbert L. May, comprou em 1926 em Paris, foi amplamente coberta pela imprensa nacional e internacional.
Ao investigar o caso, um jornalista do Washington Post, Ian Shapira, quis saber o que tinha acontecido com a tela, do qual não se tinha notícias desde 1926, informou a casa de leilões em um comunicado. O repórter descobriu que era parte das obras emprestadas pela esposa do colecionador, Saidie May, ao museu de Baltimore desde 1937.
A direção do museu, advertida do caso, buscou em seus arquivos e descobriu que o quadro foi roubado em 1951, embora não tenha encontrado rastros da denúncia policial. O museu notificou a casa de leilões, que alertou a polícia federal americana (FBI). Uma investigação está em curso. A casa de leilões informou estar "satisfeita de que isto tenha vindo à tona a tempo".
"Nós não vendemos obras sem saber claramente quem é o dono", disse Elizabeth Wainstein, proprietária da casa de leilões, que lembra ter investigado os registros de obras de arte roubadas ao receber o quadro.
As pinturas de Pierre-Auguste Renoir estão entre as mais caras do mundo.