Inseguro por ser o quarto suplente da bancada e numa eventual mudança na equipe de Paulo Câmara envolvendo deputados federais ser, consequentemente, o primeiro a dançar, o deputado Raul Jungmann (PPS) não renunciou ao mandato de vereador do Recife para assumir o mandato na Câmara dos Deputados.
Mesmo sem renunciar, Jungmann virou de fato e de direito deputado federal desde o último dia 12, quando a mesa diretora da Câmara dos Deputados aprovou a sua documentação. A posse ocorreu nove dias após a oficialização dos outros três suplentes – Fernando Monteiro (PP), Augusto Coutinho (SD) e Cadoca (PCdoB).
Jungmann precisou deste tempo – nove dias – para anexar documentos que respaldam a sua posse sem risco de perda do mandato de vereador. Tudo porque fora informado sobre precedentes de vereadores que recorreram ao Supremo Tribunal Federal para garantir o mandato assumindo a suplência sem prejuízos ou riscos.
Da mesa diretora da Câmara do Recife, o deputado-vereador conseguiu um parecer atestando uma espécie de licença para se afastar, assinado pelo procurador da Casa, Izael Nóbrega. A Câmara dos Deputados acatou o parecer e deu posse ao vereador como deputado-suplente.
Sendo assim, se porventura o governador demitir um dos quatro deputados federais do seu secretariado Jungmann, de volta à planície, reassume o seu mandato de vereador sem nenhuma contestação do ponto de vista jurídico. O parecer com a licença foi respaldado pela mesa diretora.
A princípio, Jungmann teria que renunciar a dois anos de mandato para assumir o mandato federal, de acordo com interpretação de juristas e dos próprios integrantes da mesa-diretora da Câmara do Recife. “Ele foi mais esperto que se possa imaginar”, comentou um vereador.
Na prática, Jungmann não está seguro de que fica dois anos no mandato federal sem que ocorra uma instabilidade política na equipe de Paulo Câmara. Ao puxar quatro federais para o secretariado, o governador usou da estratégia de mandar para o Congresso um parlamentar que pode fazer uma dura oposição a Dilma por ser criativo e um nome de projeção nacional.
DRAMA DA SECA– De volta do Sertão, onde ontem e hoje ao longo do dia fez encontros com gestores regionais, o presidente da Compesa, Roberto Tavares, tem agenda hoje à noite com o governador Paulo Câmara. Na pauta, a situação dramática dos reservatórios que abastecem a Região Metropolitana, como Botafogo, que está com apenas 11% da sua capacidade.
Estrada fantasma – O governador Paulo Câmara autorizou a sua primeira obra no dia 4 de janeiro, três dias após a posse, mas já foram decorridos quase dois meses e não há um só sinal de que a estrada que liga o distrito de Albuquerquené ao município de Afogados da Ingazeira, trecho de apenas 70 km, vire uma realidade. Nunca se viu tamanho mico!
Fiel escudeiro – Em entrevista exclusiva, ontem ao Frente a Frente, Rosane Malta, ex-primeira dama do País, contou em detalhes bastidores que vivenciou na era Collor ao destacar o seu livro “O que vi e vivi”, já lançado em vários Estados. Rosane destacou a lealdade canina do ex-senador Ney Maranhão a Collor. “Foi um dos únicos a ficar com Fernando até o fim”, destacou. Ela está agendando uma data para lançar no Recife.
Socialite suspeita – O líder do DEM na Câmara Federal, Mendonça Filho, apresenta, hoje, um requerimento de convite em diversas comissões da Casa para que o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, preste explicações sobre a presença a socialite Val Marchiori em um jato contratado pelo Banco do Brasil durante uma viagem à Argentina realizada em 2010, quando Bendine presidia o Banco do Brasil.
O “Uchoa” municipalista– Vereador em Surubim, Biu Farias (PSB) é o Guilherme Uchoa no plano municipal: prepara sua quarta eleição na presidência da UVP, a União dos Vereadores de Pernambuco. Mas diferente de Uchoa, Farias não tem adversário. Faltando 30 dias para o pleito não surgiu ainda nenhum parlamentar com disposição para enfrentá-lo nas urnas. A eleição será no dia 27 de março, em Triunfo.
CURTAS
REAJUSTE– O prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio (PMDB), concedeu 13,01% de aumento para os professores da rede municipal de ensino e está redefinindo gratificações que atendem praticamente a todas as categorias do ensino e de outras áreas, como médicos, dentistas e enfermeiros.
DISPUTA NA UFPE– A eleição para reitor da Universidade Federal promete ser uma das mais disputadas. Com o lançamento do professor Edilson Fernandes, do movimento Somos todos UFPE, já são cinco as chapas que serão registradas.
Perguntar não ofende: O Governo vai decretar novo sistema de racionamento de água na Região Metropolitana?